Desmonte do SUS-Betim
Laudo técnico atesta perigo de fechamento de maternidade em Betim e inviabilidade de transferência para o Hospital Regional da cidade
A mobilização para impedir o fechamento de unidades de saúde em Betim deu mais um passo nesta terça-feira (12/04). Em reunião no Ministério Público Estadual, o Sind-Saúde Núcleo Regional Betim, parlamentares, Sindicato dos Médicos (Sinmed), profissionais da saúde e usuários apontaram novamente que os cortes no SUS-Betim promovidos pela prefeitura terão impacto forte e direto na população. O parecer técnico, solicitado pela promotoria de saúde do Ministério Público, conclui que o Hospital Regional não dará conta de receber as demandas com o fechamento da maternidade Imbiruçu.
O relatório técnico foi apresentado pelo coordenador obstétrico da maternidade Imbiruçu, dr. Newton Lemos. Segundo Newton, não existe planejamento para ampliar os leitos do Hospital Regional que possa absorver o atendimento da maternidade Imbiruçu. Para ele, mesmo que se faça as modificações, no Hospital Regional, o atendimento ficaria prejudicado. Além de não conseguir assegurar a capacidade de atendimento, os participantes da reunião alertaram para o efeito cascata e a perda de leitos de outras áreas no Hopsital. “Estruturar uma sala para a obstetrícia no Hospital Regional hoje significa retirar uma sala de cirurgia de outras especialidades médicas” refletiu Newton Lemos.
Betim tem um déficit de 26 leitos com a estrutura atual. A diretora do Sind-Saúde Núcleo Regional Betim, Berenice Freitas, defendeu que a cidade não pode acabar leitos e sim aumentar para que se chegue a necessidade técnica de 93 leitos. Um levantamento feito pelo governo do Estado e apresentado na reunião mostra que em 2015 foram realizados 2.526 partos na Maternidade que a prefeitura pretende fechar e 2.262 no Hospital Regional.
O relatório da visita será entregue ao Ministério Público e servirá de subsidio para os próximos debates. Assinam o documento representantes do Ministério da Saúde, da Vigilância Sanitária, da Secretária Estadual de Saúde e profissionais da saúde.
Os números vão de encontro aos argumentos da prefeitura e pode dar mais força ao movimento que pretende barrar os fechamentos de unidade. Segundo a promotora de saúde do Ministério Público em Betim, Giovanna Carone Nucci Ferreira, a maternidade só será fechada se tiver parecer técnico que ateste que não terá desassistência. Giovanna também garantiu que a prefeitura recuou e decidiu não fechar as Uais e não mexer na estrutura da atenção básica.
O Promotor de saúde do Ministério Público, Gilmar Assis, disse que dará efetividade a Comissão de Avaliação que media as negociações composta pelo Cosems, Ministério Público, Secretaria de Administração de Betim, Secretaria Municipal de Saúde, Conselho Municipal de Saúde, Câmara dos Vereadores, Ministério da Saúde, Sindicatos e CRM.
A deputada estadual Marília Campos, Geraldo Pimenta, Ivair Nogueira e o vereador Antônio Carlos, que estiveram presentes na reunião, disseram que irão buscar apoio em Brasília para aumentar o financiamento do governo federal na saúde de Betim.