Problemas no Raul Soares
Insegurança no Raul persiste e trabalhadores cobram da direção
Cansados do clima de insegurança com as constantes agressões e problemas de gestão que vem colocando usuários contra trabalhadores, os servidores do Instituto Raul Soares tiveram nesta quarta-feira (6) um encontro com o diretor do Hospital, Dr. Mauricio Leão de Resende. Durante a assembleia da categoria, organizada pelo Sind-Saúde/MG, foi definido uma comissão e prazo para que as soluções aconteçam. Trabalhadores queixaram-se das medidas adotadas pela direção e disseram que as agressões se tornaram rotina.
Um dos problemas que potencializa a irritação dos usuários é o esquema de controle do cigarro aos dependentes. Os técnicos de enfermagem se tornam alvo de agressões pois são obrigados pela norma interna a liberar cigarro apenas de 3 em 3 horas. Os maços dos pacientes ficam retidos com os técnicos de enfermagem que não tem proteção para impor a decisão da chefia. Além disso, os servidores ficam expostos à fumaça do cigarro, pois os pacientes fumam em locais fechados e sem ventilação.
Outro grave problema que já era de conhecimento da direção é o uso de sacolas pelos pacientes para guardar seus pertences. Alguns usuários utilizam essas sacolas para guardar armas artesanais que são constantemente utilizadas em ameaças e tentativas de violência.
Foi acordado com o diretor do Instituto que será formada uma comissão local envolvendo todas as áreas para discussão e buscar solução, tendo o sindicato como interlocutor. De acordo com dr. Maurício, as medidas para tentar minimizar o problema da insegurança do hospital tem sido informado ao Ministério Público. O diretor disse ainda que está em estudo alternativas para a segurança como vigilância eletrônica e pessoal especializado.
Constantemente, os servidores têm que intervir em lutas corporais entre os pacientes e muitas vezes têm que, sem qualquer respaldo ou segurança, conter usuários nos leitos para que eles não agridem pacientes de maiores transtornos mentais. Os trabalhadores também se deparam diariamente com drogas trazidas pelos pacientes, mas não podem fazer nada.
No desabafo dos trabalhadores do Raul Soares, que segue abaixo, a conclusão é alarmante: “Convivemos em um sistema ‘carcerário’, onde nos tornamos policiais desarmados e despreparados, na maioria mulher, que não detém ao menos da força física para se proteger (…). Estamos cada vez mais desmotivados, cansados de tanta insegurança e medo, nossa luta no momento não é por melhores salários ou redução de carga horária, e sim por condições de trabalho digno, onde possamos contar não apenas com nossa própria sorte”.
Foram eleitas delegadas sindicais as trabalhadoras Camila Celeste Neves e Marcela Bicalho Chaves.