2ª CNSMu defende o SUS!

2ª Conferência Nacional de Saúde das Mulheres defende o SUS

A Conferência Nacional de Saúde das Mulheres, que teve como objetivo central a elaboração de uma proposta de diretrizes para a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Mulheres, foi marcada por fortes debates em defesa do Sistema Único de Saúde (SUS). O encontro que reuniu 1.800 pessoas, dos(as) quais 1.261 eram delegadas, aconteceu de 17 a 20 de agosto em Brasília/DF, e teve uma representação mineira de 104 pessoas, dentre elas 94 delegadas. Logo na abertura do encontro, as mulheres mostraram a que vieram com um ato público na esplanada dos ministérios. O protesto foi contra o desmonte do Estado que está sendo promovido pelo atual governo.

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Integrada por uma maioria massiva de mulheres, a conferência foi pautada por uma ampla análise do que representa o desmonte do SUS, dentro da perspectiva da defesa da saúde da mulher. “Foi um espaço construído na resistência, a etapa nacional simbolizou tudo o que a gente vivenciou nos municípios e estados. Então, essa 2ª conferência representa, nas nossas vidas, apenas um passo extraordinário que demos, não no avanço da política, mas no sentido de termos mulheres mais inseridas nos debates e retomando os espaços de discussão sobre os direitos sexuais e reprodutivos, e sobre a saúde da mulher”, avaliou a secretária nacional da Saúde do Trabalhador, Madalena Margarida.

Para o presidente do Conselho Nacional de Saúde (CNS), Ronald Santos, a Conferência foi um espaço de diversidade de pautas em defesa da saúde pública e de qualidade.  “A representatividade das mulheres presentes na 2ª CNSMu mostra a nossa diversidade. Indígenas, quilombolas, jovens, mulheres com deficiência, mulheres idosas, mostram a importância dessas agendas para a saúde das mulheres”, disse.

De acordo com a coordenadora da 2ª CNSMu, Carmen Lucia Luiz, os desdobramentos da Conferência serão estratégicos para a efetivação da integralidade da saúde das mulheres. “Daqui saem motivos para muitas outras lutas, as propostas construídas precisam ser trabalhadas nos estados e municípios para que sejam efetivadas, e de fato possamos ter mais integralidade e equidade para a saúde das mulheres”, afirma.

Em relação à saúde da mulher trabalhadora, a dirigente do encontro afirmou que é extremamente desolador saber que na nova legislação trabalhista aprovada pelo Congresso Nacional em 12 de julho e que entrará em vigor a partir de novembro, o impacto para a vida das mulheres será bem maior. “Mas nada nunca foi de graça pra gente e acho que as mulheres vão encontrar uma forma de fazer o enfrentamento a essa lei. As vaias da abertura do evento mostraram isso: vamos para o enfrentamento seja com o patrão, seja com esse governo golpista. Não iremos nos calar!”

Foram aprovadas importantes propostas em relação à saúde sexual reprodutiva, além de uma moção contra o Estatuto do Nascituro. Em outubro, será apresentado pela comissão organizadora ao CNS, um documento com as 320 propostas que foram deliberadas na 2ª Conferência Nacional de Saúde das Mulheres.

Fontes: CNS e CUT.