Salário dos trabalhadores da saúde de Vespasiano é o pior entre cidades da Região Metropolitana de BH

Uma das queixas quase unânime dos profissionais da saúde de Vespasiano é a desvalorização salarial da categoria. Esse sentimento é confirmado na prática, já que a  prefeitura de Vespasiano carrega o triste título da cidade que paga pior seus profissionais da saúde. Os dados são do comparativo do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômico (Dieese) feito em janeiro deste ano. O estudo foi pedido pelo Sindicato Único dos Trabalhadores da Saúde (Sind-Saúde/MG) e aponta para uma grande lacuna entre os salários. Vespasiano está na última colocação em todos os cargos pesquisados. 

A diferença salarial dos auxiliares de enfermagem, por exemplo, pode chegar a 22% para a mesma jornada de trabalho. Já no caso dos enfermeiros, o profissional ganha em Vespasiano R$1.601,26 de vencimento inicial para 36 horas semanais (R$8,09 por hora trabalhada), mas se ele andar cerca de 20km e trabalhar na cidade de Pedro Leopoldo, o salário inicial para o cargo é de R$5.039,59 para 40 horas semanais (R$25,20 por hora trabalhada). O mesmo acontece com o cargo de psicólogo. Se o profissional trabalha em Vespasiano recebe menos da metade de um psicólogo de que ingressa em Contagem. Em Vespasiano, o vencimento mensal do psicólogo com carga horária de 24 horas é de R$1.067,51 (R$8,90 vencimento/hora). Já em Contagem, por 20 horas semanais, o psicólogo tem o vencimento inicial de R$2.444,42 (R$24,44 vencimento/hora).  

Foram pesquisadas os vencimentos básicos iniciais dos cargos de Médico, Psicólogo, Enfermeiro, Técnico de Enfermagem e Auxiliar de Enfermagem em redes públicas municipais das cidades de Belo Horizonte, Contagem, Betim, Pedro Leopoldo, Matozinhos, Sabará, Lagoa Santa e Vespasiano. 

Entre as conclusões que o estudo chama atenção é para a desigualdade dos salários em relação ao mercado de trabalho.”O valor praticado no município, de R$8,90, corresponde a um vencimento básico de R$1.780,00 para uma jornada de 40h semanais e está muito distante da realidade do mercado para esses profissionais”, aponta um trecho do documento com os dados em relação ao cargo de médico, enfermeiro e psicólogo.

O Sind-Saúde solicitou o estudo do Dieese com objetivo de subsidiar as negociações do plano de cargos, carreira e salário (PCCS) e mostrar à prefeitura a importância de corrigir o brutal desequilíbrio na realidade salarial dos servidores da cidade. A criação de um PCCS específico para a categoria têm sido uma das grandes reivindicações do Sindicato. Neste momento, a prefeitura afirma que pretende encaminhar a discussão. O Sind-Saúde encaminhou os nomes dos representantes dos trabalhadores para compor a comissão que discutirá o assunto e aguarda a oficialização dos trabalhos.