Resistência ao golpe

Escola de Medicina da UFMG realiza ato de resistência ao desmonte da educação e da saúde

Vista de mesa e plateia

Na última sexta feira, 10/06, um ato de resistência ao governo golpista de Michel Temer reuniu centenas de alunos, professores e políticos no auditório da Escola de Medicina da UFMG. Em debate o avanço do governo provisório sobre as políticas públicas que asseguraram direitos e conquistas sociais ao povo brasileiro nos últimos anos. Participantes destacaram que sinalizações e iniciativas de desmonte de políticas públicas na saúde e na educação estão em curso.

Para a secretária de estado de educação, Macaé Evaristo, sempre que o povo brasileiro avança nos direitos e na redução de desigualdades, há uma reação do estado brasileiro para que as coisas voltem “ao que era antes”. Ela se referiu às políticas de cotas para estudantes negros ou egressos de escolas públicas assim como a ampliação das vagas nas universidades públicas. O deputado federal e ex-ministro do Desenvolvimento Agrário da presidenta Dilma Rousseff, Patrus Ananias, disse que é fundamental que trabalhadores e trabalhadoras das áreas sociais ameaçadas de desmonte se unam. “Espero que as esquerdas não cometam o erro do passado: a desunião. A forma mais eficiente de quebrar resistências é separar os grupos. É preciso unir as forças de resistência”, conclamou.

De acordo com o médico Fausto Pereira dos Santos, ex-secretário de estado de saúde de Minas Gerais e servidor de carreira do Ministério da Saúde, há vários retrocessos em andamento orquestrados pela equipe do governo interino. Ele citou algumas dos sinais e iniciativas preocupantes na área de saúde. Por exemplo, a possibilidade de que estados e municípios deixem de ser obrigados a cumprir a aplicação do mínimo constitucional da saúde, se aprovada pelo Congresso, pode levar a graves retrocessos na assistência.  Segundo ele, a tendência é que em estados e municípios onde haja uma preocupação com esses investimentos, os recursos cheguem e onde não houver a mesma preocupação a população sofrerá graves consequências. 

Outro risco em curso contra a saúde representada pela gestão golpista, como explicou Fausto, é o que as entidades médicas conservadoras invistam contra os avanços como a descentralização dos cursos de medicina no país e o Programa Mais Médicos. “Quem está lá dentro agora não são mais movimentos sociais ou sindicais”, lembrou.  O alerta também soou para as práticas reguladoras do Ministério da Saúde para as quais o governo golpista representa riscos. O médico chamou a atenção para as indicações da gestão de Temer de tirar o Ministério do da regulação das políticas de controle do uso do tabaco, que teve enorme avanço nos últimos anos, assim como no controle dos agrotóxicos e dos planos de saúde.

Neuza fala 2

A diretora do Sind-Saúde Neuza Freitas teve assento à mesa como representante da coordenação do Movimento Ocupa SUS que realiza ocupação do prédio do Núcleo do Ministério da Saúde em Belo Horizonte desde o dia 03 de junho. Ela saudou o entusiasmo e garra com que a juventude está abraçando o movimento de ocupação e conclamou os presentes a resistirem contra o governo golpista.

Auditório lotado