Iº ENCIPA debate mecanismos de prevenção a acidentes no local de trabalho

28 de abril foi instituído o dia mundial em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho, durante a Conferência da Organização Internacional do Trabalho (OIT), de 2003.

De acordo com o órgão cerca de 5 mil trabalhadores morrem diariamente, no mundo, vítimas de acidentes de trabalho. No Brasil os números, registrados oficialmente pelo Anuário Estatístico da Previdência Social, também são alarmantes.

Em 2008 foram 747,7 mil acidentes com a morte de 2.757 trabalhadores, sendo que mais de 12 mil casos resultaram em invalidez.

Diante desta realidade entidades e órgãos mineiros organizaram o Iº Encontro Estadual das CIPAS’s (ENCIPA –MG). O evento foi considerado por muitos dos expositores um momento único, pois, além da simbologia dada ao dia, o ENCIPA reuniu várias centrais sindicais e órgãos fiscalizadores que interagiram e discutiram o tema Saúde e Segurança do trabalhador.

Os dirigentes do evento debateram o papel das Comissões Internas de Prevenção de Acidentes (CIPA’s) nas empresas. As CIPA’s, que tem o objetivo de observar e relatar as condições de risco nos ambientes de trabalho e solicitar medidas para eliminá-las, esbarram em dificuldades para o seu pleno funcionamento. Dirigentes sindicais relataram que os cipeiros não são reconhecidos pelos empregadores e ou chefias como sendo capacitados para tratar da Saúde e Segurança do trabalhador.

O presidente da CUT/MG, Marcos Antônio de Jesus, enfatizou que a terceirização contribui para aumentar os índices de acidentes de trabalho “A terceirização precariza as relações de trabalho, provoca a extensão de jornada e mortes. De 2003 a 2008, 3,4 milhões de trabalhadores sofreram acidentes de trabalho”. 

O diretor do Sind-Saúde, Marcos Antônio da Silva, falou da situação precária em que se encontram os hospitais da rede Fhemig e citou o hospital Júlia Kubitschek “Trabalhadores do HJK procuram o Sindicato com denúncias relacionadas a Saúde e a Segurança do trabalhador. Tentamos solucionar a situação com a direção do hospital, infelizmente não houve êxito. Portanto, o Ministério Público foi acionado e deve investigar as denúncias”.

O evento foi o pontapé inicial para o debate e as reflexões com entidades e órgãos que podem construir uma nova consciência de gestão da saúde e segurança do trabalho.