Dia Nacional de Luta

Movimentos sindicais e sociais vão às ruas de Belo Horizonte no Dia Nacional de Luta

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Foto Lidyane Ponciano

Milhares de pessoas saíram às ruas de Belo Horizonte, na tarde terça-feira (7), para participar do Dia Nacional de Luta, atividade da Agenda de Lutas articulada pela Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais (CUT/MG), CUTs Regionais, sindicatos CUTistas, federações, confederações, movimento sindical, movimentos sociais e de estudantes. A mobilização começou com concentração e ato na Praça Afonso Arinos, no Centro da capital mineira. Aos manifestantes se uniram os militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), do Movimento dos Atingidos por Barragens, da Federação Estadual dos Trabalhadores em Agricultura Familiar (Fetraf-MG) e da  Articulação dos Empregados Rurais do Estado de Minas Gerais (Adere-MG), que estavam concentrados na Praça da Estação.

Os manifestantes saíram em marcha pelas principais vias da Região Central e encerraram a mobilização com ato na Praça Sete, teve como principais bandeiras a luta contra o projeto de lei 4.330, que amplia a terceirização, que tramita no Congresso Nacional; a defesa da Constituinte exclusiva da reforma do sistema político, da Petrobrás pública; da democratização dos meios de comunicação; dos direitos dos trabalhadores; da democracia; da taxação das grandes fortunas; contra as medidas provisórias do ajuste fiscal e a corrupção.

 

 

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(Foto Lidyane Ponciano)

 

“O PL 4.330 representa a precarização das relações de trabalho. A ampliação dela vai prejudicar toda a classe trabalhadora e, principalmente, os mais jovens. A terceirização beneficia quem quer aumentar os lucros, barateando as despesas com pagamento. O terceirizado recebe menos, não é qualificado e, por isso, está mais vulnerável e sofre mais acidentes. A terceirização traz mortes. Na Cemig, morre um trabalhador terceirizado a cada 45 dias. Na primarização, um trabalhador passa por meses de treinamento e até anos, enquanto um terceirizado é considerado qualificado em pouco tempo. Nossa luta é pela garantia de direitos dos trabalhadores, que são retirados com a terceirização”, afirmou Beatriz Cerqueira, presidenta da CUT/MG.

“A classe trabalhadora tem que partir para a ofensiva. Fazer a luta organizada, ocupar as ruas e o Congresso para a derrotar o PL 4.330. Na Petrobrás são 85 mil concursados e 300 mil terceirizados. São mais de 1 milhão de empregos e, se este projeto for aprovado, teremos desemprego e terceirização. Temos que continuar nas ruas para impedir o retrocesso e a retirada de direitos dos trabalhadores”, afirmou Leopoldino Martins, coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP). “O modelo proposto pelo PL 4.330 foi implantado pela Cemig e resultou em muitas mortes e mutilações. As relações de trabalho serão ainda mais precarizadas”, acrescentou Jairo Nogueira Filho, secretário-geral da CUT/MG e coordenador-geral do Sindieletro-MG.

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(Foto Lidyane Ponciano)

 

“Estamos mostrando que não vamos fugir da luta e que estamos unidos. Não podemos abandonar as ruas, que são nosso território de enfrentamentos aos ataques que vêm sendo feitos pelos golpistas. Eles que sempre mamaram nas tetas do governo, querem o retrocesso. Não passarão. Nem um passo atrás, todos os passos à frente. Por uma reforma política neste país, por uma reforma agrária. Com uma reforma política o povo vai definir de fato os rumos do Brasil. E o rumo não é  o fim dos direitos conquistados historicamente. O rumo é para frente. Queremos reforma agrária já”, disse Sílvio Netto, do MST.

Beatriz Cerqueira disse, ainda, que as mobilizações, que vão continuar no restante do mês e em maio, são “pela reforma política, que é fundamental contra a corrupção, a defesa dos direitos dos trabalhadores, atacados com as medidas provisórias 664 e 665, a defesa da democracia e da Petrobrás.”

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(Foto Lidyane Ponciano)

 

A presidenta da CUT/MG convidou a todos para as próximas atividades, entre elas o 2° Encontro Nacional pelo Direito à Comunicação (2° ENDC), que vai ser realizado de 10 a 12 de abril no Instituto Izabela Hendrix, das manifestações do dia 21 de abril, em Ouro Preto, e do 6° Encontro dos Movimentos Sociais, de 30 de abril a 2 de maio, no pátio da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). “Somos vitoriosos. Mostramos mais uma vez a nossa união. Sabemos lutar em defesa do povo do campo e da cidade. Como nossos companheiros que estão em Brasília, na luta contra o PL 4.330. Nosso próximo encontro será na sexta-feira, dia 10, às 16 horas, no Ato pelo Direito à Comunicação, na Praça da Liberdade.”

 

Fonte: CUT/MG

Escrito por: Rogério Hilário