Ato simbólico no centro de BH chama atenção para mortes de trabalhadores da saúde por COVID-19 e cobra vacinação de toda a categoria mineira
“O silêncio que fala, nossas vidas também importam”. Com esse lema, trabalhadores da saúde ocuparam o obelisco da Praça Sete na manhã desta terça-feira (19/01) em um protesto silencioso para chamar atenção sobre a morte de profissionais da saúde em Minas Gerais. Organizado pelo Sindicato Único dos Trabalhadores (Sind-Saúde/MG) o ato fez uma homenagem aos quase 800 trabalhadores da saúde mineira que morreram pelo novo coronavírus. Desde o início da pandemia, o Sindicato tem cobrado do governo estadual condições de trabalho, equipamentos de proteção individual (EPI) e ações políticas para proteger a categoria que está mais exposta no enfrentamento da COVID-19. Com a vacinação iniciada hoje, o Sind-Saúde também cobrou a transparência no cronograma de imunização e a garantia de que todos os trabalhadores da saúde receberão a vacina nessa primeira fase.
Segundo dados divulgados pela própria Secretaria de Estado da Saúde (SES), 787 servidores de unidades hospitalares morreram em decorrência do novo coronavírus e outros 17.277 foram infectados em Minas Gerais. Nas últimas semanas os casos da doença têm aumentado. No Estado já são mais de 13 mil mortos pela COVID-19.
Apesar de iniciar a vacinação nesta terça, o governo Zema não apresentou o calendário de vacinação dos trabalhadores da saúde, grupo prioritário para receber a vacina. O Sindicato questionou a falta de transparência e diálogo com que o governo conduz as políticas públicas de enfrentamento da pandemia. “Qual é a política de imunização? O governo fala que os trabalhadores da linha de frente são prioridade, mas não apresenta o cronograma de imunização. A saúde é uma equipe multiprofissional, nas unidades hospitalares temos vários trabalhadores, todo o hospital é linha de frente”, criticou a diretora do Sind-Saúde Neuza Freitas.
O deputado estadual Cristiano da Silveira esteve presente na atividade dos trabalhadores e prestou solidariedade aos questionamentos dos servidores.”É um ato em defesa da vida. Nós estamos denunciando desde o início da pandemia o descaso do governo do estado com os trabalhadores da saúde em Minas Gerais. Nossa presença aqui é para trazer nossa luta e nossa solidariedade”, afirmou o deputado. A atividade também contou com a presença do mandato do deputado estadual Betão.
