Trabalhadores e trabalhadoras da Saúde na luta por uma carreira justa, recomposição e reajuste salarial não pagos por mais de 10 anos
Os servidores estaduais da saúde têm os piores salários praticados entre todas as carreiras do estado de Minas Gerais. Só as perdas inflacionárias acumulam 32,8% e somado a uma carreira desatualizada e paralisada no tempo. Com base nesse cenário, os trabalhadores do Sistema Estadual de Saúde disseram não ao atual modelo de Carreira e apontaram que a proposta de recomposição do governo Zema de 10.06 %, não atende a demanda da categoria já que leva em conta a inflação apenas dos últimos 12 meses. Em Assembleia Geral da categoria, com ampla participação, realizada nesta terça-feira (08/03) no espaço político da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), os servidores aprovaram uma pauta de reivindicação que será entregue ao governo.
Participaram da Assembleia servidores da SES/MG, ESP, Fhemig, Funed, Hemominas, Unimontes, com apoio de servidores da saúde municipais e de demais categorias do funcionalismo, como sindicatos SisIpsemg e Sinfasfizco. A mesa da Assembleia foi conduzida conjuntamente por diretores do Sind-Saúde que representam cada órgão e vinculada do Sistema Estadual de Saúde.
Foram aprovados 4 itens de pauta de reivindicações:
- Reajuste e recomposição de 32,8% referente a perdas dos últimos 10 anos
- Encaminhamento à Assembleia Legislativa da proposta de o plano de cargos e salários, Carreira Única, por pontuação e escolaridade.
- Contra toda forma de privatização
- Realização de concurso público imediato.
Além do recomposição de 10% estar abaixo das perdas salariais sofridas pelos servidores da saúde, os trabalhadores presentes na assembleia criticaram a forma de pagamento da ajuda de custo, além de não incorporar ao salário e não resolve o problema dos baixos vencimentos. É condicionado a metas que não são claras. Não incide na aposentadoria e não é definitivo”, refletiu uma trabalhadora.
Apoios e unificação do funcionalismo
Diversas lideranças e representações estiveram presentes na assembleia dos servidores da saúde. O deputado federal Rogério Correia deixou seu apoio a categoria e alertou para a armadilha do governo estadual de impor o chamado Regime de Ajuste Fiscal.
Os Sindicalistas representantes dos servidores do Ipsemg e da área fiscal também participaram da assembleia e manifestaram apoio aos trabalhadores da saúde.
Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e de Endemias (ACE) também marcaram presença para chamar atenção do pagamento do piso salarial pelos municípios. A importância da aprovação do Piso Nacional da Enfermagem, em pauta na Câmara dos Deputados, também foi lembrada.
Calendário de Lutas
Entre as deliberações aprovadas pela assembleia também está a incorporação do calendário de lutas dos servidores públicos. No período da tarde, os servidores da saúde estiveram presentes no Ato da educação que também contesta a proposta de reajuste do governo.
Importante: A Assembleia da categoria também definiu que aguardará a resposta do governo até a próxima semana e irá convocar uma nova Assembleia com paralisação de 24 horas no dia 16 de março (quarta-feira) para analisar o rumo do movimento reivindicatório.
Greve na Unimontes
Também esteve na Assembleia uma caravana dos servidores do Hospital Universitário em greve desde segunda-feira (07). A participação dos servidores é uma das atividades do calendário de greve. Os servidores do HU reivindicam a incorporação das gratificações assim como ocorre nos demais órgãos da saúde.
Reunião com presidente da ALMG
O Sind-Saúde, em conjunto com outros sindicatos do funcionalismo, esteve reunido com o presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) Agostinho Patrus, os parlamentares Cássio Soares, Hely Tarquínio e Beatriz Cerqueira e o deputado federal Rogério Correio. Representando o Sind-Saúde, a diretora Nubia Dias relatou a decisão da categoria em assembleia e solicitou que pauta legislativa seja sensibilizada para a valorização dos servidores da saúde. A diretora afirmou que os trabalhadores do sistema estadual de saúde não aprovam a tramitação do regime de recuperação fiscal e parabenizou a atitude do presidente da ALMG em não pautar a tramitação do regime que ameaça os serviços públicos em Minas gerais.
Segundo a proposta, Minas ficaria sem concursos, sem reajuste por mais de 9 anos. “É uma ameaça a soberania dos poderes, pois todos os gastos serão aprovados por interventores da União e do Estado,” disse Núbia. Os Sindicalistas se posicionaram mais uma vez contra o Regime de Recuperação Fiscal proposto pelo governo Zema.
Homenagem às mulheres
Para marcar o Dia Internacional das Mulheres, no início da Assembleia a Rede de Enfretamento à Violência Contra a Mulher fez uma intervenção para chamar atenção sobre o agravamento das várias violências de gênero.