Trabalhadores denunciam precarização e subfinanciamento do Ipsemg

Sind-Saúde compôs a Mesa e cobrou mais investimento do Estado no Instituto

Em audiência pública realizada na Assembleia Legislativa nesta quarta-feira (09), trabalhadores públicos de Minas Gerais e sindicalistas cobraram que o governo de Minas implemente uma política que valorize e invista no Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais (Ipsemg). Em janeiro deste ano, o Instituto implementou mudanças em seu modelo de assistência à saúde, mas, conforme relatos dos sindicalistas e beneficiários presentes à audiência, a precarização e as enormes dificuldades continuam.

Novo modelo

As modificações implementadas foram apresentadas pela presidente do Instituto, Jomara Alves. Dentre elas, destaque para a ampliação do rol de beneficiários, instituição da cobrança de mensalidade dos cônjuges, implementação de um piso de R$ 30 para as mensalidades e instituição de prazos de carência. E o Ipsemg ainda tem o objetivo de cobrar ainda mais dos servidores por cada atendimento realizado. Todas as modificações já realizadas podem ser acessadas no link: http://vega.ipsemg.mg.gov.br/cartilha/cartilha.html

Conforme dito pela própria presidente, essas mudanças fizeram com que aumentasse a arrecadação do Ipsemg.

Baixo investimento

Dos vários problemas e injustiças das modificações, um chama a atenção: o investimento do Estado. Nos outros Estados que possuem instituto de previdência próprio, os governos contribuem com no mínimo o mesmo tanto que contribuem os servidores. Aqui o Estado contribui com apenas metade do montante pago pelos trabalhadores. Em sua fala, o diretor do Sind-Saúde, Renato Barros lembrou que este governo vê a saúde como gasto e não como investimento.

Plano de saúde?

O Ipsemg é um patrimônio dos servidores, uma conquista centenária que deve ser considerada como um sistema solidário e não como um plano de saúde qualquer. Infelizmente, a presidente do Instituto insiste em sempre comparar o Ipsemg com planos de saúde privados. Confira algumas falas delas feitas na audiência que reforçam esse pensamento: “Usamos os mesmos prazos de carência e de inserir dependente de qualquer outro plano de saúde”, “Em número de beneficiários em Minas Gerais, só perdemos para a Unimed”, “Não temos como atender a saúde de forma diferenciada de outros planos de saúde, a forma de atender não muda se a instituição for pública ou privada”, “Co-participação existe em todos planos de saúde”.

Precarização

Diversas situações apresentadas por trabalhadores presentes à ALMG demonstram o quanto a prestação de serviços à saúde prestada pelo Ipsemg está precária. Longas filas e longa espera para exames serem marcados e autorizados, inexistência de atendimento em várias especialidades, várias unidades hospitalares sem profissionais para atender, cidades em que não há clínicas conveniadas, consultas que são desmarcadas, falta de aparelhos como ultrassom e muitos outros problemas.

Para Renato Barros tem que haver toda uma reestruturação do Ipsemg e isso não está acontecendo. “Há anos não vemos concurso público para o Ipsemg e sim terceirização e contratos precários”, disse Renato.

Depois de 12 anos sem realizar concurso, Jomara afirmou que está previsto a publicação de edital ainda este ano. A presidente do Ipsemg, no entanto, não falou quais vagas serão abertas nem o número de vagas que serão oferecidos.

Baixos salários

Os representantes dos trabalhadores também relembraram que a arrecadação é relativamente baixa porque os salários dos servidores também são, e então cada servidor só tem condições de pagar uma mensalidade reduzida.

Continuidade

Os sindicalistas e trabalhadores cobraram que sejam realizadas audiências públicas no interior de Minas Gerais para que mais beneficiários possam discutir o Ipsemg.

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Entre outros, compuseram a mesa da audiência pública os deputados Adelmo Leão, Carlos Mosconi, Doutor Viana e Almir Paraca e os sindicalistas Renato Barros (Sind-Saúde), Beatriz Cerqueira (Sind-UTE), Lindolfo Fernandes (Sindifisco), Cristiano Matta Machado (Sinmed) e Antonieta de Cássia (Sisipsemg).

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O diretor do Sind-Saúde, Renato Barros cobra mais investimento do Estado no Ipsemg

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A presidente do Ipsemg, Jomara Alves apresenta as modificações no Ipsemg

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Teatro da ALMG ficou lotada de servidores públicos