Em defesa do SUS
Plenária fortalecida por dezenas de entidades confirma criação da Frente Mineira em Defesa do Sistema Único de Saúde e da Democracia
A Frente Mineira em Defesa do SUS e da Democracia foi lançada ontem, 28, na Faculdade de Medicina da UFMG, em Belo Horizonte, em Plenária que contou com a presença de 72 entidades ligadas a movimentos sociais e de trabalhadores e políticos. Compareceram os vereadores Arnaldo Godoy, Pedro Patrus, Gilson Reis de Belo Horizonte e a deputada federal Jô Morais. Novo encontro dos defensores do SUS já tem local e data, será no Sind-Saúde, em BH, às 18h30 da quarta, 03 de agosto.
Um vídeo mostrando vários momentos da Ocupação do SUS, que durou 28 dias em Belo Horizonte e deu origem à proposta da criação da Frente em Defesa do SUS abriu o evento.
Durante a Plenária, os participantes falaram em nome dos dez grupos que discutiram as ameaças que rondam o SUS quando o país vive um golpe parlamentar-jurídico-midiático. Eles destacaram que o Sistema Único de Saúde passa pelo momento de maior ameaça desde que foi criado, há 28 anos.
Segundo a professora e pesquisadora do Departamento de Medicina Preventiva e Social da UFMG, Eli Iola Gurgel, a determinação do governo interino, de desvincular as despesas sociais da Constituição por 20 anos é absurda.
Foi consenso entre os participantes que o meio milhão de trabalhadores do SUS constitui uma grande força de resistência contra as ameaças de desmantelamento. “170 milhões de brasileiros dependem do SUS e essa é uma força que também precisa ser considerada nesse momento”, mencionou o professor Thomaz Matta Machado.
Os 10 grupos da Plenária deram várias sugestões para colocar a luta em defesa do SUS em campo. As ações começam por manifestação no próximo dia 31, domingo, na Praça Sete de Setembro. Lá haverá oficina de criação de cartazes e conscientização da população sobre o que o povo pode perder com os ataques ao SUS. Mas a ideia é de expandir esse esclarecimento, realizando aulões e intervenções teatrais em ruas e bairros, nas salas de espera de centros de saúde, acionar associações de moradores e igrejas, por exemplo.
Também será confeccionada cartilha de esclarecimento aos trabalhadores e usuários do SUS. Foi lembrado que os jovens estão indignados com o projeto “Escola Sem Partido” e que ações conjuntas com a saúde podem ser agendadas. “Esses meninos da educação querem debater”, disse o diretor do Sind-Saúde, Érico Colen.
Neuza Freitas, diretora do Sind-Saúde que participou da Coordenação do Ocupa SUS no prédio do Ministério da Saúde, em Belo Horizonte, pediu urgência nas ações. “No máximo dentro de uma semana temos que começar a definir o que será feito”, disse, acrescentando que o movimento em defesa do SUS tem de ir para as ruas. A Plenária decidiu que uma reunião para deliberações será realizada na sede do Sind-Saúde – avenida Afonso Pena 578, 17º andar – na próxima quarta-feira, 03/08, às 1830. Cada entidade participante deverá indicar um representante para a coordenação da Frente.
Confira imagens da Plenária: