Sindicato acompanha mais de 150 casos de intoxicação em trabalhadores do HJK
Em três dias surgiram mais de 150 trabalhadores do Hospital Júlia Kubitschek (HJK) passaram mal após refeição no trabalho e tiveram sintomas de gastrointestinais como náuseas, vômitos, diarreia, cólicas e dores de cabeça. O Sindicato Único dos Trabalhadores da Saúde (Sind-Saúde/MG) acompanha de perto a situação e se preocupa com a saúde dos trabalhadores e a gravidade da situação. A diretora da entidade Neuza de Freitas afirma que está em contato com os servidores e que o impacto também é grave na escala de trabalho que está toda desfalcada. A diretora, que assim que tomou conhecimento foi ao Hospital, alerta ainda que ao visitar os setores encontrou muitos trabalhadores passando mal.
Sind-Saúde alertava contrato com empresa
O Sindicato já contestava a forma de contratação realizada para o fornecimento da alimentação na unidade. No dia 03 de outubro o Sind-Saúde encaminhou para o Ministério Público (MPMG), com cópia para o deputado Lucas Lasmar e para o presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE) Durval Ângelo documento que solicitava reunião para tratar de fiscalização de gastos públicos referente ao serviços de alimentação no HJK, fruto do Pregão Eletrônico nº 75/2025 (Processo de Compra nº 0510037 000075/2025).
“O tema reveste-se de alta relevância por envolver recursos públicos expressivos e indícios de possíveis irregularidades no processo de habilitação e contratação, conforme documentos públicos e decisões judiciais já proferidas, inclusive com parecer emitido por este Ministério Público. Conforme consta dos autos, há diferença superior a R$ 30 milhões entre a proposta vencedora e a contratada, com prejuízo financeiro diário estimado em mais de R$ 19 mil decorrente da não assinatura contratual com a vencedora do certame”, diz trecho do ofício do Sind-Saúde que relata a tentativa inicial de discussão com a gestão da unidade.
O que chamou atenção do Sindicato para acionar o Ministério Público é que apesar da empresa ter se classificado em quarto lugar no pregão e o valor cobrado pela ser superior a R$30 milhões do primeiro do ranking, o contrato foi estabelecido.
Ao questionar a gestão do hospital em reunião no dia 29 de setembro sobre a diferença do valor do contrato, os representantes dos trabalhadores também foram informados que o contrato estaria vigente para os próximos 24 meses. Na ocasião, o Sind-Saúde afirmou que acionaria o Conselho Local de Saúde, o MP e o TCE.
O Sind-Saúde reforça que não é objeto de preocupação a empresa contratada, mas sim a preservação do interesse público, da qualidade dos serviços prestados aos trabalhadores e a lisura do trato com a coisa pública.