Sem salário, sem trabalho
Trabalhadores vão parar se governo não usar de isonomia no próximo pagamento
Assembleia dos trabalhadores da saúde que reuniu servidores da Fundação Ezequiel Dias (Funed), Escola de Saúde Pública de Minas Gerais (ESP/MG) e Secretaria de Estado de Saúde (SES/MG) hoje (05) deliberou pela paralisação das atividades caso o pagamento do mês de agosto não seja isonômico para toda a categoria. “Sem salário, sem trabalho” é o lema da categoria que não descarta prolongar a paralisação se o governo faltar com o compromisso.
Trabalhadores da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) compareceram à assembleia para dar apoio aos colegas. Servidores da Fhemig, Hemominas e da Segurança do Estado vêm recebendo o dobro do valor da primeira parcela dos demais trabalhadores da saúde. Eles recebem R$ 3 mil enquanto os colegas de SES, Funed, ESP e Unimontes recebem R$ 1500 de acordo com a escala de pagamento do governo.
A falta de isonomia salarial estabelecida pelo governo levou as três entidades a se unirem para realizar a assembleia que ficou lotada no hall do Edifício Gerais, na Cidade Administrativa, na manhã desta quarta-feira. Trabalhadores dos órgãos e vinculadas do Sistema Estadual de Saúde também exigem a reformulação da carreira. Durante a assembleia foi feito informe dos estudos para alteração de lei que muda as carreiras dos servidores da saúde do Estado. Proposta será encaminhada ao Executivo neste ano.
Conforme a proposta do Sind-Saúde, a jornada de todos os trabalhadores da saúde do Estado será de, no máximo, 30 horas, com exceção dos cargos que exigem jornada diferenciada de 40 horas semanais. Outro ponto para alteração da lei é a previsão de que todos os servidores possam alcançar o final da carreira antes de se aposentar o que não acontece atualmente, assim como a obrigatoriedade de progressão por escolaridade. A proposta dos trabalhadores também prevê a promoção de dois em dois anos e não de cinco em cinco anos como é pela regra atual. O percentual também deve mudar dos atuais 3,5% a cada dois anos para no mínimo 7%.
Trabalhadores da Fhemig estão para finalizar a discussão sobre cargos específicos da instituição para então aderir à pauta de revisão do Plano de Carreiras a ser encaminhado pelo Sindicato ao governo. Foi informado na assembleia que o governo deverá lançar edital de concurso público na Fhemig com 1800 cargos ainda neste mês de setembro. O Sind-Saúde deverá oferecer curso preparatório.
Foi explicado para os trabalhadores que o Programa para servidores superendividados terá início nesta quarta com a primeira reunião no Procon que reunirá 200 trabalhadores. A média de comprometimento da dívida dos servidores com os bancos está na faixa de 72% do valor líquido do salário. O programa alavancado pelo Sindicato inaugura a primeira parceria envolvendo Procon e Estado em Minas Gerais para buscar solução para o superendividamento. Até o momento, 1200 trabalhadores aderiram ao programa.
O Sind-Saúde colocará, em breve, um aplicativo disponível no site para que o servidor possa calcular se seu grau de endividamento ultrapassa o teto de 30% do salário. É esse teto de 30% que os trabalhadores que entrarem no programa vão negociar com os bancos para desconto em folha. Além de frequentar um curso que ensina o servidor a administrar as próprias finanças, quem aderir ao programa não poderá recorrer ao empréstimo consignado pelos próximos dois anos.
Trabalhadores definiram como pauta prioritária também que a regularização da assistência médica e odontológica, em retorno à contribuição mensal obrigatória ao Ipsemg, seja feita com urgência. Afinal, com salário atrasado e parcelado e/ou também superendividado e com assistência à saúde impedida pelo convênio, a situação de insegurança é massacrante para os trabalhadores. A assembleia foi iniciada e encerrada com os trabalhadores da SES, Funed, ESP e Fhemig defendendo a unidade contínua da categoria.
Regionais também protestaram e mostraram apoio à mobilização, veja o caso acima de Leopoldina
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