Protesto em Juiz de Fora
Servidores do Hospital João Penido e SAMU em Juiz de fora fazem protesto pedindo EPI e isonomia de tratamento no combate à COVID-19
Os servidores do Hospital Regional João Penido, da rede Fhemig em Juiz de Fora, fizeram um protesto na manhã desta sexta-feira (24/04). O desrespeito do governo estadual com os profissionais da saúde durante o enfrentamento do novo coronavírus têm deixado a categoria indignada em meio a tanta sobrecarga de trabalho. Sem Equipamentos de Proteção Individuais (EPIs) suficientes e diversas denúncias de descaso com as condições de trabalho, os trabalhadores ainda foram deixados de fora de uma gratificação estadual que o governo Zema criou destinada apenas aos médicos. Com uma estrutura multidisciplinar, a decisão privilegiada do governo causou uma onda de revolta em todo o Estado. O HRJP foi o primeiro a parar durante um período do dia como protesto, outras paralisações devem acontecer nas unidades da Fhemig. O Hospital Julia Kubistchek já tem paralisação agendada para a próxima segunda-feira.
A pauta que está sendo discutida em assembleias locais são: a extensão da gratificação emergencial da pandemia para todos os trabalhadores estaduais da saúde; o retorno dos leitos psiquiátricos do Hospital Galba Velloso e a reabertura do HGV-Ortopédico; afastamento imediato dos trabalhadores do grupo de risco, sem perdas salariais; fornecimento de EPIs para todos os profissionais da saúde; representação dos trabalhadores no Comitê do Plano de Prevenção e Contingenciamento à COVID-19. No Hospital João Penido, a assembleia que aprovou a paralisação foi realizada na última segunda-feira (20).
A diretora do Sindicato Único dos Trabalhadores da Saúde (SInd-Saúde) Lenir Romani afirma que a categoria não aceita a exclusão do pagamento da gratificação emergencial ao enfrentamento da pandemia. “Não é só uma categoria que está prestando atendimento, são todas. Entrou no portão dessa unidade para dentro, desde o administrativo ao profissional da enfermagem, passando por todas as áreas como nutrição médica, técnica, auxiliares, farmacêuticos – todos estão fazendo o enfrentamento desse inimigo invisível”, argumenta Lenir durante o protesto.
Lenir ainda denuncia que no Hospital, a ala da pediatria tem atendido casos de COVID-19 em conjunto com outras patologias, contrariando as orientações sanitárias e colocando em risco a saúde dos pacientes e familiares.
No mesmo momento, trabalhadores do SAMU vinculados ao Consórcio Intermunicipal de Saúde da Região Sudeste (Cisdeste) realizaram uma Assembleia em frente à sede de Juiz de Fora. A pauta também era por fornecimento de EPIs prometido pelo governo estadual. O delegado sindical Renato Zibordi reclama do atraso nos repasses estaduais em torno dos R$ 3 milhões para o Cisdeste. Os trabalhadores também reivindicam a inclusão da gratificação de emergência em razão do combate à Covid-19.