Prioridade do governo é fechar HOGV
Governo tinha recurso, mas opta por fechamento de hospital
Ao mesmo tempo em que manda fechar um hospital, o governo de Minas anuncia investimentos de R$6milhões em aquisição de equipamentos e reformas em outras unidades da Fundação Hospitalar de Minas gerais (Fhemig). Não existiria criticas às melhorias, se não fosse a ordem de prioridades apontada pelo governo. Na lista de reforma do Hospital João XXIII estão o heliporto, climatização do tomografia, climatização do CTI, revitalização dos elevadores e melhorias nos banheiros e no descanso médico, dentre outros. Muitos desses itens apresentados pela Fhemig foram inaugurados em dezembro de 2010.
O valor total da verba, que inclui investimentos no Hospital João Paulo II (antigo CGP) e na Maternidade Odete Valadares, é o mesmo que a Fhemig afirmou há três meses ser necessário para que o Hospital Ortopédico Galba Veloso não fosse fechado. Sem mostrar documentos, a presidência da Fhemig afirmava ao Sind-Saúde/MG que havia solicitado ao governo os R$6 milhões para ser aplicado no HOGV. Em audiência pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) no dia 10 de agosto o presidente da Fhemig Tarcísio Dayrell reafirma a quantia necessária. “Hoje, para conseguirmos corrigir esses pontos na estrutura ortopédica, teríamos de fazer um investimento de R$6.300.000,00, só na parte ortopédica”, disse Tarcisio aos deputados e presentes na audiência.
Já a promotora de saúde do Ministério Público Estadual, Josely Ramos Pontes, levantou o interesse da prefeitura com o terreno do hospital. Josely também esteve na audiência que pautou a situação do Hospital Ortopédico Galba Vellloso. Segundo ela, “quando o secretário de saúde de Belo Horizonte soube que a unidade ortopédica fecharia, não esboçou nenhuma reação a não ser: ‘Eu quero aquele prédio para mim’.”, relatou.
Em conversas nas reuniões com o governo, representantes da Fhemig afirmaram ao Sind-Saúde que a própria gestão se surpreendeu com o valor e o destino do investimento anunciado na imprensa, antes mesmo que a Fundação tomasse conhecimento.
A aparente falta de planejamento também toma conta quando o assunto é os recursos necessários para melhoria do HGVO. Os representantes da Fhemig parecem não ter certeza do valor que deveria ser investido no HOGV e, com o crescimento do movimento contra o fechamento da unidade, a gestão apresenta números cada vez maiores para manter a unidade em funcionamento. Na última reunião do Conselho Estadual de Saúde (CES-MG) chegou a falar em absurdos R$30 milhões, quase a mesma quantia que foi utilizada para revitalizar o Hospital João XXIII em 2010, que hoje para o governo tem prioridade total.