Primeiro dia de Greve
Saúde em Minas para por tempo indeterminado
Os servidores estaduais da saúde de Minas Gerais deram início nesta terça-feira (27/05) a greve por tempo indeterminado. A decisão foi tomada após a falta de negociações em relação à pauta de reivindicações da categoria. Os servidores se reuniram em frente ao Hospital João XXIII e, por volta de 10 horas, seguiram em passeata no centro da capital. O grande ato que marcou o início da greve terminou às 12 horas com um abraço simbólico na Praça Sete.
Durante a passeata, houve muitas manifestações de apoio da população. Os deputados estaduais Rogério Correia e Adelmo Carneiro Leão estiveram presentes na primeira atividade de greve e afirmaram que irão agendar audiência pública na Assembleia Legislativa para intermediar as negociações e para que os trabalhadores denunciem o que ocorre com a saúde em Minas Gerais.
O auditor fiscal e ex-presidente do Sindicato dos auditores fiscais de Minas Gerais (Sindifisco), Lindolfo Fernandes, também manifestou apoio aos servidores da saúde. Segundo ele, o governo mineiro é 24º estado em investimentos em saúde. O baixo índice no ranking não é o mesmo se comparado em gastos com publicidade e os números da dívida do governo. Lindolfo Fernandes apresentou dados que mostram que Minas é o segundo estado mais endividado do país. “Apoio o movimento dos servidores da saúde. Trabalhador não pode ter uma tirinha que reajusta os preços como acontece no mercado, a gente remarca nossos salários é com greve, esse é nosso mecanismo.“ afirmou Lindolfo.
O Sindicato Único dos Trabalhadores da Saúde (Sind-Saúde/MG) protocolou em fevereiro deste ano o documento para iniciar as negociações, dentre os pontos estabelecidos, muitos são de acordos não cumpridos pelo governo estadual e outros desdobramentos de reivindicações antigas dos servidores.
Servidores concentraram na porta do Hospital João XXIII, antes de seguir em passeata
Entre as exigências da categoria, estão à redução da jornada de trabalho sem redução salarial, revisão do plano de carreira, com menor tempo para promoção por escolaridade, e, isonomia nas gratificações das diversas carreiras da saúde.
A ameaça de reajuste zero pelo terceiro ano consecutivo também preocupa os servidores. O governo estadual sinalizou em reunião que em outubro, quando acontece a data-base do funcionalismo estadual, poderá não haver reajuste devido à eleição. O Sindicato contesta esta informação, já que a lei não proíbe reajuste da inflação ou dentro da revisão anual, fato que enquadra a política remuneratória criada pelo governo.
A pauta de reivindicações está nas mãos do novo secretário de saúde, José Geraldo de Oliveira Prado que ficou de dar uma resposta, mas até o momento nada foi repassado. Os servidores sinalizaram o risco de greve desde o dia 25 de março.
Passeata percorreu a Avenida Afonso Pena. Sind-Saúde/MG dialogou com a população sobre os demandos do governo
Em frente à Prefeitura de Belo Horizonte, servidores da saúde mostraram apoio ao acampamento de greve do funcionalismo municipal. Categorias devem fazer atos unificados durante as duas greves em curso.
Ao fim da manifestação, grevistas abraçam simbolicamente a Praça Sete
O ínicio da greve teve grande repercussão na imprensa mineira
Servidora grávida de 6 meses vai pra rua e dá lição de luta ao filho que ainda não nasceu
Acompanhe aqui o calendário de greve! Todos à luta por conquista, a hora é agora!