Pagamento em dia já!
Pela garantia do pagamento no quinto dia útil, servidores protestam na Praça da Liberdade
Atrasos de salários, parcelamento e muito desrespeito com o funcionalismo. Somado a isto a suspensão do pagamento dos servidores em meio a um clima que tentou colocar como réus os trabalhadores. Esse foi o engodo criado pelo governo estadual que levou as categorias da saúde e educação para as ruas de Belo Horizonte nesta quarta-feira (16). O ato – convocado pelo Sind-Saúde, Sind-UTE e Sisipsemg – começou com concentração na Praça da Liberdade e seguiu em passeata até a Praça Sete. O funcionalismo exige do governo estadual o pagamento integral no 5º dia útil e o fim do parcelamento dos salários.
Em comunicado divulgado na noite dessa terça (15), o governo afirmou que o pagamento da primeira parcela dos salários irá acontecer no dia 18 de maio (sexta-feira). Os servidores da Fhemig receberam seus salários hoje (16). Os sindicatos criticaram o loteamento da folha de pagamento e a seletividade do tratamento do governo. Em decisão comunicada durante o ato, a educação irá manter a paralisação até o dia do pagamento, já que as promessas do governo Pimentel para o servidor só têm garantia na efetivação concreta. Servidores da Hemominas farão uma assembleia no início da tarde para decidir sobre a proposta de continuar a escala mínima até o recebimento (na sexta).
Com dez dias de atraso, os salários não acompanham as contas dos servidores. Já são dois anos de parcelamento. Na época, o governo anunciou a medida como uma forma paliativa de regularizar as contas do Estado e que teria data de validade. O grito que unificou as vozes dos servidores do estado no dia de hoje foi para exigir do governo de Minas Gerais que pague os salários do funcionalismo até o quinto dia útil do mês, além do fim dos escalonamentos. Este atraso dos já atrasados salários recai sobre os servidores que têm que tirar parte dos seus baixos salários para arcar, ainda, com os juros das contas que não são pagas em dias.
A suspensão dos salários do funcionalismo neste mês pelo governo ocorreu com o argumento da gestão de verificar irregularidades na folha de pagamento apontadas em lista do Tribunal de Contas do Estado (TCE) que trazia nomes (da educação e da saúde) com supostos acúmulos indevidos de cargos. De acordo com a informação veiculada nos meios de comunicação na semana passada, os servidores que tivessem o nome na lista do Tribunal, teriam seus salários suspensos até que provassem inocência nas irregularidades apresentadas.
Sem voltar a mencionar a decisão anterior de suspender os pagamentos para apurar irregularidades, o governo anunciou ontem (15) a quitação da primeira parcela dos salários do mês de abril para todo o funcionalismo que recebe acima de R$ 3 mil e o pagamento integral de quem recebe até o valor de R$ 3 mil na sexta (18). Trabalhadores da Fhemig e da Polícia Militar recebem hoje (16). Os erros na lista estão sendo contestados pelos sindicatos que foram ao TCE para alertar sobre a medida desastrosa do governo de suspender os salários.