MOV sem risco de fechar
Gestão garante que melhorias irão sanar problemas da maternidade
O presidente da Fundação Hospitalar de Minas Gerais (Fhemig), Tarcísio Dayrell, esteve nesta segunda-feira (02/04) na Maternidade Odete Valadares e afirmou – diante da direção do Sind-Saúde, representantes do Conselho Municipal e Estadual de Saúde e trabalhadores da unidade – que não existe a menor possibilidade de diminuição do atendimento ou fechamento da maternidade. Os rumores sobre essa intenção velada tornou-se maior depois da divulgação de um vídeo com formigas nas estruturas da unidade. A reunião desta segunda foi solicitada pelos Conselhos, através do pedido do Sind-Saúde, para debater e acompanhar as demandas da MOV, maior maternidade pública de Minas Gerais.
A preocupação com a defesa da unidade e dos(as) trabalhadores da saúde foi a ênfase durante a reunião. Para o presidente do Conselho Municipal de Saúde (CMS-BH) Bruno Abreu, o Pedralva, a responsabilidade do controle social é de defesa das unidades do SUS. Para ele, duas preocupações são evidentes nesse momento. De um lado, o atendimento às mães e os bebes e de outro os trabalhadores e a unidade de saúde. “Sempre com o lema: nenhum leito a menos, nenhum medicamento a menos, nenhum hospital a menos e nenhum direito a menos” refletiu.
Na mesma linha, o diretor do Sind-Saúde Renato Barros relembrou o processo histórico de defesa da maternidade. “Estamos cobrando investimentos públicos, é a ausência de investimentos no setor público nosso maior vilão” disse Renato Barros durante a reunião. Renato também parabenizou os 63 anos da maternidade, comemorados no último mês.
Infrações
A diretora do Sindicato Neuza Freitas informou que as necessidades de melhoria na unidade estão sendo discutidas desde 2011, com a avaliação da Vigilância Sanitária. Um laudo com 413 infrações foi entregue ao Ministério Público para acompanhar o andamento. Neuza lembra que muitas dessas infrações são demandas fáceis de resolver que não colocam em risco a atendimento.
A gerente administrativa da MOV, Fátima Maciel, afirmou que mais da metade das infrações já foram resolvidas. Ela afirmou que uma reforma está em andamento e estão dentro do prazo para as correções. São os casos do bloco cirúrgico, CME, banco de leite e neonatologia.
O vice-presidente da Fhemig, Alcy Moreira Pereira, que também estava na reunião, afirmou ainda que nenhum dos itens são justificativas para fechar a unidade.
Neuza solicitou um relatório atualizado com laudo as resoluções do laudo da Vigilância Sanitária.
Conselheiros presentes na reunião observaram que a unidade de fato precisa de mais investimentos para melhorar, sobretudo, a estrutura física.
Formigas
A preocupação com a repercussão do vídeo em que formigas caminham pelo rosto do bebe em uma incubadora na maternidade foi colocada em reunião. Segundo a gestão, a infestação das formigas estava sendo discutida e no dia 10 de março uma dedetização foi feita na unidade. O presidente da Fhemig voltou a afirmar que aguarda uma sindicância sobre o caso e toma medidas para acabar com a origem das formigas.
Além de buscar resolver o problema das formigas, os presentes na reunião também manifestaram preocupação com a espetacularização da notícia. Para o vice-presidente da Fundação a forma como foi usada a informação colocou uma “mácula sobre toda a instituição”, o que não deveria acontecer. Segundo ele, o número de pessoas que procuraram a maternidade nos últimos dias diminuiu significativamente comparado ao padrão de atendimento.
Defesa dos trabalhadores
A diretora do Sindicato Neuza Freitas também pediu cautela. Ela afirmou ter ficado assustada quando o assunto passou a ser discutido por programas de fofoca na TV. “Não é quem fez a filmagem que temos que procurar nessa auditoria, temos que buscar resolver o problema sem caça a um bode expiatório” apontou Neuza. Para ela o afastamento antecipado ou suspensão das atividades são punições premeditada ao trabalhador.
Também participaram da reunião realizada no auditório da MOV, o vice-presidente do Conselho Estadual de Saúde, Ederson Alves de Jesus, a diretora da Maternidade Janete Maria Ferreira, a conselheira municipal de saúde, Ângela Eulália e outros conselheiros estaduais. Após a reunião, os conselheiros de saúde Ederson Alves e Bruno Abreu vistoriaram o CTI Neonatal onde a denúncia da infestação de formigas foi feita.