Moção de repúdio: trabalhadores do CHPB repudiam a presença do governador na cidade
A diretoria do Sind Saúde MG emite essa moção de repúdio e em defesa dos Direitos Humanos dos pacientes/usuários da saúde mental e trabalhadores do Centro Hospitalar Psiquiátrico de Barbacena – Gerenciado pela Fhemig.
Vimos por meio destamoção expressar publicamente o total repúdio a presença do Governador do Estado de Minas em Barbacena, pelos motivos a seguir delineados:
– Considerando-se que Barbacena figura entre as cidades mais seguras do país, mantendo-se em segundo lugar no ranking das pesquisas de segurança;
– Considerando-se que em 22 de outubro de 2021 recebeu a visita do senhor governador do Estado, cujo objetivo era formalizar a doação de 9.000m2 de parte do CHPB /rede/FHEMIG sem que, contudo tenha sido dada qualquer informação a respeito do pleito á qualquer servidor, munícipe e/ou usuários dos serviços do referido Centro Hospitalar e sequer com autorização da Assembléia Legislativa de Minas Gerais por se tratar de patrimônio;
– Considerando-se que tal ato ferindo a dicotomia; estado x região, fora realizada nas instalações dentro de uma igreja e não em um espaço publico como disciplina os princípios administrativos do país , e assim desconsiderando as diversidades religiosas bem como a própria laicidade do estado brasileiro;
– Considerando-se que sua presença no município foi precedida de uma segurança extremamente ostensiva a qual isolou inúmeros quarteirões vetando assim por horas ate mesmo a passagem de pedestres. O que não se tem precedente neste município desde o retorno do estado democrático de direito;
– Considerando-se que em data de 06/05/22 o senhor governador retornou a este município desta feita “segundo os noticiários” para inauguração de um denominado Complexo Hospitalar e que com isso foi isolada toda a área ocupada do departamento B e suas adjacentes e novamente com uma segurança por demais ostensiva, a qual proibiu até mesmo aos servidores o estacionamento nas
imediações enquanto perdurasse tal visita, sendo a mão de obra dos mesmos, reclamada apenas para contenção dos pacientes em suas respectivas enfermarias, evitando assim que estes trafegassem pelos corredores hospitalar enquanto o governador se fizesse presente;
– Considerando-se que também neste ato foi vetada a participação dos servidores comuns mesmo aqueles se encontravam no plantão (fato que também não encontra precedente na historia do Centro Hospitalar) remontando o serviço publico a era feudal ou ate mesmo de Luis XV com sua corte onde convites foram elaborados apenas para cargos de confiança e possíveis autoridades locais;
– Considerando-se que deste ato também nenhum esclarecimento e projeção futura foi lançada aos servidores que desde o inicio da atual gestão são de maneira transparente tratados como feudos e/ou massa de manobras as quais, o senhor governador, entende não se ver obrigado e demonstra não estar disposto a dar qualquer atenção;
Cabendo aqui uma parte para denunciar o quão já é ultrajante a disposição atual do Governador em privatizar os serviços de saúde, além de se recusar a promulgação de uma reposição salarial justa para servidores ativos e aposentados, muitos destes os quais recebem pouco mais de um salário mínimo, Mas que seguem pagando a conta da má gestão, das desonerações fiscais bilionárias, da sonegação de
grandes empresas e dos privilégios dos altos salários.
– Considerando-se que todo servidor público representa ao longo dos anos através do qual o estado materializa suas ações e neste contexto são considerados como “colaboradores” e sequer serem chamados para discutir o futuro da nossa unidade, dos usuários que
atendemos e da própria classe de profissionais;
– Considerando-se o corolário de nossa missão a luz dos valores que inspiram a definição de um estado democrático de direito, expressamos nosso forte REPÚDIO ao manifesto desprezo do atual governador do Estado de Minas Gerais, do Secretario de estado da Saúde e da presidenta da Fhemig, para com os servidores do Centro Hospitalar Psiquiátrico de Barbacena, Fhemig, e toda nossa classe, em especial com os profissionais da saúde, bem como a todos os demais servidores públicos do estado que integram o poder executivo.
Inspiramos-nos, Pela ética política, Por uma gestão democrática e participativa, Por um governo que possa expressar o verdadeiro sentido da democracia insculpida na constituição brasileira.