Moção de apoio aos servidores da educação do Estado de Minas Gerais
Em respeito à luta dos trabalhadores em educação de Minas Gerais por melhores salários e condições de trabalho, o Sindifisco-MG e o Sind-Saúde/MG repudiam o lamentável episódio protagonizado pelo governo do Estado ao veicular, no dia 2 de agosto, em horário nobre da programação da TV Globo, comunicado à sociedade condenando a greve dos professores e afirmando que são mentirosos os argumentos da categoria para justificar tal movimento.
A inserção do governo, pouco depois da exibição de um comunicado do Sind-UTE/MG explicando as razões da greve, não teve outro objetivo senão o de jogar a opinião pública contra a categoria dos trabalhadores em educação. Foi, portanto, uma atitude equivocada e irresponsável.
Minas Gerais enfrenta sérios problemas na área da educação, com escolas funcionando em condições precárias e profissionais recebendo salários aviltantes. A reivindicação dos trabalhadores em educação é justa e merece o respeito do governo e de toda a sociedade.
Importante lembrar que a campanha do governo na mídia contra o direito dos servidores de lutarem por melhores salários e condições de trabalho e, consequentemente, pela melhoria da qualidade dos serviços públicos prestados à população, É PAGA COM DINHEIRO PÚBLICO.
Cumpre também ressaltar que a exibição do comunicado oficial logo após o do Sind-UTE/MG é mais uma demonstração inegável da ingerência do governo mineiro sobre os veículos de comunicação do Estado. Cerceada pelo poder público, a mídia ora se omite, ora age deliberadamente contra os que ousam criticar o governo, dificultando, assim, o debate e a conscientização da sociedade.
Num sistema democrático, o papel do governo é ouvir, dialogar e negociar, sem jamais tentar impor condições. Em defesa da democracia, da liberdade e da autonomia sindical, o Sindifisco-MG e o Sind-Saúde/MG lamentam que, ao invés de enfrentar o problema dialogando com os trabalhadores, o governo de Minas adote a velha tática de desqualificar o legítimo movimento, como se a greve tivesse motivação político partidária, tutelando os sindicatos e fazendo crer que o funcionalismo mineiro vive num “mar de rosas”. Não há verdadeira democracia sem sindicalismo autônomo e independente.
Belo Horizonte, 2 de agosto de 2011.