Mais um ataque ao SUS: Zema tenta entregar Hospital de Juiz de Fora por meio bilhão de reais
Um edital da Fundação Hospitalar de Minas Gerais (Fhemig), publicado nesta terça-feira (02/12), coloca o Hospital Regional João Penido (HRJP), em Juiz de Fora na rota das ofertas que o governo Zema tem feito a iniciativa privada. O governo pretende entregar a gestão hospitalar sob o disfarce de “contrato de gestão”. Trata-se de uma operação bilionária — R$ 568 milhões — que retira do Estado a responsabilidade sobre um hospital essencial e a transfere para um modelo marcado nacionalmente por precarização, falta de transparência e interesses que nada têm a ver com saúde pública. O HJRP foi o primeiro alvo para ser entregue à Organizações Sociais (OSs) em 2019, mas as tentavas foram frustradas, inclusive por apontamentos de irregularidades.
Para resistir a esse ataque, o Sindicato Único dos Trabalhadores da Saúde (Sind-Saúde/MG) convoca uma Assembleia dos Trabalhadores do HRJP e um protesto contra a privatização disfarçada para a próxima quarta-feira (10/12) às 10 horas no Parque HALFED, em frente à Câmara Municipal de Juiz de Fora.

O que realmente está em curso é a privatização de um hospital inteiro, peça fundamental da rede regional de urgência, emergência e internação da região. Ao abrir mão da gestão direta, o Estado abdica do dever constitucional de assegurar serviços públicos de qualidade e entrega a vida da população à lógica empresarial, onde contrato vale mais que cuidado.
É inadmissível que um hospital com a história e a importância do João Penido seja tratado como moeda de troca. Não há justificativa técnica, sanitária ou financeira que sustente essa decisão — apenas a insistência de um projeto político que vem desmontando a FHEMIG, fragilizando unidades e criando artificialmente o cenário perfeito para justificar a privatização.
Enquanto isso, trabalhadores seguem exaustos, estrutura segue sucateada e a população continua dependendo do hospital para sobreviver. Em vez de investir, fortalecer e ampliar o serviço público, o governo prefere repassar meio bilhão de reais para que uma entidade privada faça o que já deveria estar sendo feito com recursos e gestão estatal.
O Sind-Saúde/MG denuncia: esse contrato de gestão não é solução — é farra com dinheiro público. É perda de direitos, fragmentação de equipes, incerteza para servidores e usuários e mais uma porta aberta para o avanço de grupos privados sobre o patrimônio público mineiro.
O Hospital João Penido é do povo de Juiz de Fora e da região. Não aceitaremos sua transformação em negócio. Estaremos mobilizados, nas ruas, na imprensa e onde mais for necessário para barrar mais esse ataque ao SUS e à FHEMIG.

