Impasse na CSSI permanece

Gestão de Betim diz que não tem contrato com a Fhemig e mostra preocupação com o futuro do Hospital

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A insegurança sobre o atendimento do pronto-atendimento do Hospital Orestes Diniz, complexo que pertence à Casa de Saúde Santa Isabel (CSSI), pode estar longe de uma solução definitiva. A reunião agendada para discutir a cessão dos médicos vinculados ao município de Betim e o futuro do Hospital deixou ainda mais dúvidas sobre o compromisso da Fhemig. O encontro marcado para a última quinta-feira (14/11) foi pactuado na última reunião de negociação, mas a própria Fhemig não compareceu ao compromisso. A diretoria do Sind-Saúde reuniu-se com o secretário municipal de saúde Guilherme Carvalho de Paixão que afirmou que a gestão municipal tem interesse em discutir a questão, mas ainda não conseguiu fechar uma proposta com o Estado para uma parceria de longo prazo. A prefeitura aceitou o pedido da Fhemig de manter os médicos cedidos ao pronto-atendimento até o fim deste ano, uma solução ainda paliativa que precisa de acordo definitivo para não prejudicar o atendimento.


O secretário municipal de saúde relembrou o histórico das tentativas de parceria entre a Fhemig para resolver os problemas que envolvem o complexo hospitalar. Segundo ele, a discussão já se arrasta há mais de 10 anos e já esteve muito perto de ser solucionada. O que para Guilherme dá uma impressão de uma dificuldade da gestão interna da Fhemig de pensar a estrutura da ex-colônia.


O risco de perder os médicos cedidos pelo município veio através do Decreto de Calamidade Financeira publicado pelo prefeito de Betim Vitorio Mediolli. O secretário-adjunto de gestão da saúde de Betim Augusto Viana, presente na reunião, informou que não só os servidores disponibilizados para a Fhemig, mas também para a Hemominas, IML, Ministério Público, dentre outros órgãos do Estado poderão ser requisitados novamente ou o órgão deverá assumir o ônus do pagamento dos salários. De acordo com ele, centenas de servidores cedidos ao Estado custam à prefeitura cerca de R$20 milhões anuais. “A prorrogação do prazo é o problema principal imediato e foi solução. Outro problema maior e de fundo é o que será feito do hospital depois desse período”, reflete Augusto.


A diretora do Sind-Saúde/MG Neuza Freitas também questiona sobre uma proposta de longo prazo e a falta de engajamento da Fhemig. “Tem que parar de apagar incêndio com ações paliativas. As principais figuras para resolver não estão participando. A Fhemig deveria estar nessa reunião, diretorias dentre da Fundação que são responsáveis por esses procedimentos como a DPGF não estão nem sabendo. A impressão é que nada tem sido feito de efetivo e se não fizermos nada agora, estaremos vivendo o mesmo problema em janeiro”, dispara a diretora do Sindicato, Neuza Freitas.


O secretário municipal de saúde afirmou que um dos estudos proposto pelo município seria transformar o pronto-socorro em retaguarda ao hospital regional e revocacionar a unidade. Para defender a proposta Guilherme argumenta que o valor da AIH é interessante para a que o serviço seja sustentável para a Fhemig.

Já o diretor do Sind-Saúde Hudson Fernandes frisou que a unidade é estadual e que tem uma linha de cuidado com os hansenianos. “O que temos que avançar é na garantia do pronto-socorro, não queremos municipalização, tem toda uma equipe que é custeada pelo Estado e não pelo município”, alertou. Hudson justificou a ausência na reunião do Hélio Dutra presidente da Associação de Moradores da colônia e do vereador Lindoar Barroso.

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Ao final, a diretora do Sind-Saúde apresentou como proposta de encaminhamento o agendamento de uma reunião que de fato aconteça entre Secretaria Estadual de Saúde (SES-MG); Secretaria Municipal de Saúde (SMS-Betim), Sind-Saúde / MG, representação da comunidade da Colônia e vereadores para colocar fim ao impasse entre Fhemig e prefeitura de Betim.


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