Hospital não se fecha, Pimentel!
Com processo arbitrário, governo concluiu fechamento do Hospital Ortopédico Galba Veloso
O reflexo do sucateamento do Sistema Único de saúde (SUS) começou por Minas Gerais. O governo Pimentel enfrentou pesadamente um movimento de resistência contra o fechamento do Hospital Ortopédico Galba Veloso e acabou com 86 leitos que atendia todo o Estado. O fechamento ocorreu na manhã desta quarta-feira (20/12) e os(as) trabalhadores(as) da unidade resistiram até o último momento em uma histórica ocupação do local. O motivo do prejuízo da população com o fechamento da unidade ainda não foi esclarecido e o Sindicato Único dos Trabalhadores da Saúde (Sind-Saúde/MG) reafirma seu completo repudio à ação truculenta do Estado e ao desmonte do SUS.
Uma liminar indeferindo o pedido do Sind-Saúde de manter o hospital funcionando foi publicada na terça (19) e hoje a entidade sindical teve acesso à mesma. O jurídico do Sindicato irá recorrer da decisão e a ação continua em andamento. O Sind-Saúde/MG também destaca a importância da consciência dos(as) trabalhadores(as) que disseram não ao desmonte da unidade, fundamental no atendimento à saúde dos mineiros. Aqueles que lutaram bravamente até o fim e não aceitaram o remanejamento compulsório serão acompanhados pelo jurídico do Sindicato.
Em julho deste ano, a gestão da Fhemig começou uma ação de remanejamento dos(as) servidores(as) e pacientes. Sem dialogo, a intenção da Fundação era fechar a unidade sem fazer muito barulho. Os(as) trabalhadores(as) questionaram as ordem arbitrárias e sem sentido e a tentativa de esvaziamento do hospital. O primeiro alvo do fechamento era o Bloco Cirúrgico e a CME. Contra os ataques ao SUS, a categoria da saúde saiu às ruas em um bonito e mobilizado movimento.
A força dos(as) trabalhadores(as) chamou atenção da sociedade e sensibilizou setores políticos importantes até que o governo precisou recuar na decisão, deixando público essa posição no mês de agosto durante audiência pública na Assembleia Legislativa de Minas gerais (ALMG). Para surpresa da categoria, a intenção do governo era refazer a estratégia de fechamento e perseguir os(as) trabalhadores(as) para concretizar o fechamento.
Desde as primeiras ameaças até o desfecho desastroso do governo foram quase 6 meses de intensa resistência em favor do SUS. Uma demonstração de garra dos servidores. Saí derrotada a saúde pública de Minas Gerais e o SUS-MG. E para o governo constará na sua história política o peso da sua contribuição para o aumento de uma fila de mais de 17 mil pessoas que aguardam por cirurgias ortopédicas em Minas. Além do descredito por parte dos trabalhadores e usuários da saúde pública do Estado. A voz dos trabalhadores durante o comunicado da decisão foi única: governador e parlamentares de Minas Gerais, nos encontramos nas urnas!