Governo empurra reajuste
Servidores organizam plano de lutas diante da falta de negociação do governo.
Trabalhadores da SES aprovam vigília e paralisações semanais
Desrespeitando a própria lei que criou, o governo Anastasia não cumpre o prazo da política remuneratória e cancela reunião que apresentaria os números para um possível reajuste. Os trabalhadores da saúde estiveram reunidos em assembleia na Cidade Administrativa nesta quarta-feira (26/09), data em que o governo anunciaria os números da política remuneratória, para traçar estratégias que garantam reajustes.
Além de uma manifestação unificada com a educação na parte da manhã, os trabalhadores da saúde definiram uma nova assembleia geral Sistema Estadual de Saúde para o dia 17 de outubro. A categoria também aprovou uma vigília permanente na ALMG durante a tramitação do projeto de lei 3.451/2012 e paralisações unificadas em todas as Superientências, Gerências Regionais de Saúde e na Cidade Administrativa (CAMG). Os trabalhadores da Secretaria de Saúde (SES) também aprovaram indicativo de greve.
A intenção é pressionar o governo a atender os servidores da SES que foram excluídos do acordo de greve. O projeto de lei que dispõe sobre o acordo de greve está em tramitação na Assembleia Legislativa e este é um momento importante para pressionar politicamente o governo para que inclua uma emenda ao PL que leve em consideração essa parcela da categoria.
O diretor do Sind-Saúde/MG, Renato Barros, mostrou preocupação com os números que serão apresentados pelo governo para conceder reajuste e com o descaso do governo com os servidores da SES. “No acordo houve alguns avanços, mas a nossa disposição de luta continua pois a SES e ESP não foram contempladas e todo o conjunto da saúde necessita de um reajuste digno” alertou Renato.
Renato também avalia que os ganhos de greve não serão contados na aposentadoria e nas licenças. “Temos que manter a mobilização de toda a categoria para ter reajustes. Nossa luta é por salário” enfatizou.
O presidente do Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita (Sindifisco) Lindofo Fernandes, que esteve presente no período da manhã informou os trabalhadores que existe margem para reajustes, mas o governo tenta diminuir de todas as formas o percentual.
Segundo ele a lei criada diz que tem que haver duas condições para conceder reajuste: uma é ter variação positiva da receita – e isso teve, de 11,20%. A outra é que a despesa de pessoal não ultrapasse a LRF, que atualmente está 38%. “Então temos que pressionar porque há margem para dar aumento. Esse papo de crise mundial é para enrolar os trabalhadores e passar o período eleitoral para depois não dar nada e a pressão não interferir nas eleições” diz Lindolfo.
A tentativa do governo é retirar do percentual calculado com base na política remuneratória os 5% de reasjutes concedidos em abril como parte do acordo de greve do ano passado. Quanto a isto, Renato Barros afirmou que os sindicatos do funcionalismo unificaram suas opiniões e não aceitaram esta tentativa do governo de congelar os salários dos trabalhadores.
Vigília e paralisações
Para organizar a vigília na ALMG e a paralisação semanal na SES, será composta uma comissão nas GRS e SRS que será coordenada pelo Sindicato. Estas duas ações deverão ter início na semana que vem. A recomendação inicial é que seja sempre nas terças-feiras até o dia 17 de outubro, data da próxima assembleia dos trabalhadores, como forma de pressão ao governo.