Fortalecimento do FSPSST
Reorganização de Fórum de Saúde do Trabalhador reúne centrais sindicais,
diversos sindicatos, universidade e movimentos sociais
Em um cenário de agravamento do adoecimento relacionado ao trabalho, o Fórum Sindical e Popular de Saúde e Segurança do Trabalhador e da Trabalhadora de Minas Gerais (FSPSSTT/MG) realizou reunião nesta quarta-feira (06/06) com objetivo de reorganizar as ações e ampliar o debate sobre o tema. Representantes de todas as centrais sindicais, diversos sindicatos e entidades sociais mostraram preocupação com os índices de doenças ligadas ao trabalho e o aumento de práticas que precarizam a rotina do trabalhador e são potenciais para a deterioração da saúde física e mental da classe trabalhadora. Entre os encaminhamentos para fortalecer o debate nas categorias de trabalhadores e órgãos públicos, foi definido que será realizado um Seminário no segundo semestre deste ano com participação de um público ampliado.
Muitos questionamentos sobre os fatores recentes que levam ao adoecimento e a falta de perspectiva para acolher o trabalhador foram tratados durante a reunião. O transporte público de Belo Horizonte foi destaque dos pontos abordados com a implementação da lei que desobriga a existência do cobrador e levou o motorista a executar as duas funções. A falta de segurança dos usuários, pedestres e dos motoristas presenciada rotineiramente colocam em xeque a medida que precariza ainda mais o transporte público da capital. O FSPSSTT/MG deverá se aprofundar sobre as consequências desse sucateamento imposto pela atual gestão da prefeitura.
Perícias
Outro ponto que preocupa o segmento que discute a saúde do trabalhador são as perícias médicas e os encaminhamentos do trabalhador que sofre um acidente ou doença do trabalho. A redução da assistência do INSS, as ameaças da reforma da previdência, as perícias no setor público e ao trabalhador rural devem ser debatidas na próxima reunião do Fórum no dia 03 de julho.
Fábrica de adoecimento
Diversos casos relatados pelos sindicalistas e lideranças populares mostram a gravidade da rotina de trabalho que se torna uma potencial fabricante de doenças, sejam físicas ou mentais. Imposição indiscriminada de postura irregular do trabalhador para carregar pesos, cobranças abusivas de cumprimento de metas, proibição de necessidades básicas do ser humano como até ir ao banheiro são práticas comum nas relações de trabalho no país e no estado.
A saúde mental, apesar de ser subnotificada, também é percebida com aumento de casos. Segundo relatório da vigilância sanitária, informado pelo Sind-Saúde, afastamentos ligados à saúde mental na Fhemig e Hemoninas chegam a 15% dos pedidos.
Ataques à saúde pública podem agravar o problema
Os participantes da reunião veem os cortes de recursos e ataques ao Sistema Único de Saúde (SUS) como um fator que pode gerar um caos ainda maior na saúde da classe trabalhadora. A direção do Sind-Saúde fez um apelo para que a defesa da saúde pública fosse levada ao debate com as categorias sindicais presentes no Fórum.
Como encaminhamentos finais foram apontados a necessidade de uma melhoria na comunicação do Fórum, a proposta de regionalização da instância pelo Estado, a formação de dirigentes para as questões que envolvem a saúde do trabalhador e o fortalecimento das ações.
A reunião, que acontece de forma itinerante nas entidades sindicais, foi sediada na Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais (CUT/MG).