Fhemig se compromete a abrir diálogo
Conselho de Saúde vai pautar na Câmara Técnica a chamada ‘OS’ e gestão da Fundação confirma que problemas em unidades não foram discutidos pela administração central
O Sindicato Único dos Trabalhadores da Saúde (Sind-Saúde/MG) esteve reunido nessa segunda-feira (02/09) com a presidência da Fundação Hospitalar de Minas Gerais (Fhemig). Na pauta da reunião estavam o recente anúncio feito pela Diretoria Assistencial de uma proposta de unificação das portarias de emergência do Instituto Raul Soares (IRS) e Hospital Galba Velloso (HGV); o fechamento do consultório odontológico da Casa de Saúde Santa Isabel (CCSI) e a sinalização para uma transferência de gestão para Organização Social feita pelo secretário de saúde em audiência na Assembleia Legislativa (ALMG).
O presidente da Fhemig admitiu a falta de diálogo sobre essas questões, sendo que algumas delas não foram discutidas sequer na administração central. Esse é o caso do fechamento do consultório odontológico na CCSI, antiga Colônia Santa Isabel. Segundo o presidente da Fhemig Fábio Baccheretti Vitor, não era de conhecimento dele a falta de funcionamento do consultório. Fábio Baccheretti Vitor afirmou que ficou sabendo da situação quando a imprensa noticiou o protesto da comunidade e dos trabalhadores (veja matéria sobre isso aqui)
O presidente da Fhemig afirmou que a decisão de fechar o consultório partiu da gestão local e a administração central não tem qualquer documento que avise sobre a falta de pessoal. O Sindicato cobrou o retorno do consultório. Fábio Baccheretti Vitor disse que irá apurar o ocorrido para encaminhar uma decisão.
Porta única na psiquiatria
Já em relação ao propagado em reunião nas unidades IRS e HGV, o presidente da Fhemig considerou que a ação foi precipitada e irá constituir uma comissão, com trabalhadores, representantes do Sind-Saúde e o Conselho Estadual como membros, para discutir a questão. A ideia inicial apresentada pelo diretor assistencial e os diretores das unidades é fazer uma unificação das portarias dos hospitais, sendo uma emergência e a outra retaguarda. Sem especificar qual porta seria “fechada” e como se daria o projeto, o informe dado na reunião com trabalhadores causou estranhamento e confusão. O medo dos trabalhadores é que a proposta leve a diminuição do atendimento. (veja aqui a matéria da apresentação aos trabalhadores)
OS
O Sindicato mais uma vez rechaçou qualquer proposta do governo de entregar os serviços públicos a iniciativa privada e criticou a proposta de Organização Social defendida pelo governo na ALMG. O tema será acompanhado pelo Conselho Estadual de Saúde (CES). Conselheiros estiveram na reunião com a presidência da Fhemig. Ao final da reunião, diretores do Sind-Saúde e membros do CES se reuniram na sede do Conselho para iniciar o processo de discussão da Câmara Técnica.
Descentralização
Muito dos problemas discutidos na reunião tem como origem a descentralização ocorrida na Fhemig. Desde 2016, portarias foram delegando autonomia aos gestores dos hospitais. A consequência observada pelos presentes na reunião é que a perda do papel sistêmico e abertura de espaço para desmandos locais que fragmenta a fundação hospitalar. Essa impossibilidade de diretrizes unificadas também foi discutida na Mesa de Negociação do SUS da semana passada. Questionando a descentralização, o Sind-Saúde cobrou dos representantes do governo posicionamento junto à Fhemig Central.