Enrolação na Colônia
Presidente da Fhemig posterga em decisão sobre gestão da Colônia Santa Isabel
Na última quinta-feira, 31, os trabalhadores e comunidade da Colônia Santa Isabel, fizeram uma manifestação pacífica na Fhemig, para cobrar do presidente soluções sobre a gestão da Colônia e sobre o comunicado do diretor sobre retirada da equipe médica do hospital Orestez Diniz.
Uma comissão composta pelo Sind-Saúde, parlamentares e comunidade foi constituída, e recebeu um documento que marcava reunião para hoje, 06/10, para dar respostas e soluções para as reivindicações.
Em reunião que aconteceu nesta tarde, o presidente, Fábio Bacheretti, mais uma vez se furtou a dar posicionamentos sobre as questões colocadas. Segundo ele, foi feito uma auditoria e apuração das denúncias oficializadas e não há nada de ilícito. No entanto, existe denúncias que estão no Ministério Público do Trabalho já com processo em andamento.
“Todas as denúncias oficiais foram apuradas e não há nada que indique uma conduta ilícita do diretor, por isso não vou dar resposta nessa reunião sobre a substituição dele”, alegou o presidente.
Além das denúncias que foram feitas no Ministério Público do Trabalho existem várias outras por parte de moradores e trabalhadores da Colônia, que estão sofrendo com a má gestão e até ações autoritárias do diretor.
Para a diretora Neuza Freitas, a gestão da Fhemig está desqualificando toda a comissão presente. “Abrir uma auditoria e alegar que nada foi apurado é desqualificar todas as denúncias que há muito tempo tem sido feitas”, criticou Neuza.
Fatos graves vêm acontecendo dentro da Colônia Santa Isabel. De acordo com relatos de alguns moradores, o diretor entrou na casa de uma senhora e chegou a cortar o gás de sua residência, que após o fato passou mal e precisou de atendimento médico. Muita coisa tem sido denunciada, mas alguns moradores não oficializam por temer que alguma retaliação possa acontecer a eles. A maior parte das denuncias já estão judicialziadas.
A gestão da Fhemig se exime da responsabilidade de tomar providência sobre a Colônia, visto que essa decisão cabe ao próprio presidente da Fundação. Para a comissão de trabalhadores, a responsabilidade a partir de agora deve ser do próprio presidente da Fhemig.
Outro fato que causa estranheza é a falta de oficialização sobre a manutenção da equipe médica do hospital. Segundo o presidente, a secretaria municipal de saúde de Betim garantiu que nenhuma decisão abrupta será tomada com relação a retirada dos médicos, e que eles serão mantidos na Colônia. No entanto, não há nenhum documento que comprove essa decisão por parte da administração da Fhemig.
Há uma necessidade que se oficialize a decisão para que a comunidade e os trabalhadores se sintam seguros na Colônia, visto que o diretor faz comunicados extraoficiais graves como esse, causando pânico em todos.
Sobre o pronto atendimento da unidade, o presidente, Fábio Bacheretti, alegou que não há como contratar mais médicos pelo Estado e que a secretaria municipal garantiu fazer remanejamento de médicos para a Colônia.
O que se questiona como já foi exposto pelo sindicato, é que enquanto o Estado não pode contratar médicos como argumenta o presidente, apenas um recebe supersalário de 30 mil por mês. Para o Sind-Saúde, com esse valor daria para contratar até cinco profissionais médicos.
“Com o salário que é pago para o diretor, daria para pagar cinco médicos, por que não contratam?”, questionou Neuza.
Mais uma vez os trabalhadores ficam sem respostas da Fhemig, que não cumpriu o que se comprometeram e oficializaram na última reunião. A comunidade e os trabalhadores esperavam por esse dia para pôr um retorno, mas ficarão – por prazo não determinado – sem solução para os graves problemas que estão passando na Colônia. Essa situação induz ainda mais o enfrentamento entre a comunidade, trabalhadores e gestor local.