Apoio ao Mais Médicos

Em audiência pública, Sind-Saúde defende a vinda de médicos estrangeiros ao Brasil e cobra melhor estruturação do SUS

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Em audiência pública realizada nesta quarta-feira (25) na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), deputados e representantes do Sind- Saúde e de outras entidades reforçaram o apoio à vinda dos médicos estrangeiros ao Brasil pelo Programa Mais Médicos e ressaltaram a necessidade de aumentar os investimentos, garantir efetivos planos de carreira a todos os servidores da saúde e melhorar as estruturas das unidades de saúde. Alguns deputados da base do governo de Minas e representantes de outras instituições – como o Conselho Regional de Medicina e Associação Médica de Minas Gerais – reproduziram visões preconceituosas e deturpadas com relação aos profissionais de outros países, julgando-os incapazes de tratar com qualidade a nossa população que tanto sofre por falta de médicos. 

 Os presentes à audiência que defenderam o programa e os médicos estrangeiros ressaltaram que a falta e má distribuição dos médicos no Brasil, o baixo interesse dos profissionais brasileiros trabalharem em pequenas cidades e periferias e o aumento dos equipamentos e programas de saúde nos últimos anos justificam  a iniciativa do governo federal. Além disso, grande parte dos médicos estrangeiros possuem mestrado, doutorado e anos de trabalho em vários locais do mundo, sendo portanto capacitados para atuarem em todo o Brasil.

 O diretor do Sind-Saúde, Renato Barros ressaltou que o programa Mais Médicos abre a discussão para a consolidação e fortalecimento do SUS, com necessidade de atendimento efetivo a áreas que possuem acesso precário aos profissionais e à estrutura pública de saúde. “Em Minas, por exemplo, não estamos conseguindo garantir a estruturação da carreira dos profissionais da saúde, e além disso o governo não investe nem o mínimo constitucional  na saúde”, ressaltou Renato. 

 A representante do Ministério da Saúde, Alzira de Oliveira Jorge lembrou que o “Mais Médicos” não se limita à contratação de médicos, abrangendo também a abertura de mais vagas nas universidades de medicinas e a obrigatoriedade dos estudantes atuarem no SUS. 

 Foi ressaltado que o problema da saúde pública brasileira não se resume à questão dos médicos, mas também ao financiamento, infraestrutura, força de trabalho, carreira, modernização e gerenciamento, que também têm que ser melhorados, com maiores investimentos das três esferas de governo, inclusive do mineiro, que ficou 10 anos sem investir na saúde sequer o mínimo exigido pela Constituição.