Ajuda de custo para todos
Trabalhadores da saúde vão decidir sobre proposta de ajuda de custo do governo na assembleia de terça, 06
Na Assembleia Geral de terça-feira, (06/03), os trabalhadores da saúde que unificaram a pauta na reivindicação de ajuda de custo de R$ 105 reais, deverão deliberar se aceitam a contraproposta do governo feita em reunião realizada nesta sexta (02), na Cidade Administrativa. Por meio do representante de relações sindicais, Carlos Calazans, o governo apresentou a proposta de pagar R$ 53,00 e não R$ 105,00 a todos os trabalhadores do Sistema Estadual de Saúde.
A reunião de hoje contemplava, de modo específico, a demanda dos servidores da Secretaria de Estado de Saúde (SES), Escola de Saúde Pública e Fundação Ezequiel Dias (Funed) que não haviam sido beneficiados com a ajuda de custo concedida aos servidores da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), Fundação Hemominas e a categoria Augas da SES. Esses trabalhadores já haviam conseguido R$ 53.
A falta de isonomia na concessão da ajuda de custo levou a protestos dos demais servidores do Sistema Estadual de Saúde. A insatisfação na Funed levou à deflagração de greve na última quarta-feira. Na Assembleia Geral Extraordinária realizada ontem, no Pátio da Assembleia Legislativa (ALMG), os trabalhadores estaduais da saúde decidiram apresentar a proposta unificada de R$ 105 e aguardavam pela resposta do governo durante a reunião realizada hoje.
Hoje, centenas de servidores da Funed, ESP e da SES se mobilizaram para acompanhar a reunião com o governo. Enquanto um grande grupo de servidores da Secretaria formou um corredor do lado de fora da sala 07 do 10º andar do Edifício Gerais da Cidade Administrativa, os trabalhadores da Funed, que lotaram 05 ônibus, foram impedidos de subir e se reunir com os colegas da SES.
O Sind-Saúde insistiu na ajuda de custo dos R$ 105,00, proposta que o Secretário de Estado de Saúde se comprometeu a defender, mas o governo se mostrou irredutível na proposta de R$ 53, apontando como principal benefício o fato da mesma contemplar todos os servidores estaduais da saúde. A gestão estadual recorreu ao velho argumento de que não conseguiria ampliar o valor por causa dos limites de caixa do Estado.
Representantes dos trabalhadores ofereceram alternativas para o governo chegar aos R$ 105. Por exemplo, que a gestão recorresse aos recursos do Fundo Estadual de Saúde ou que escalonasse a concessão da ajuda de custo ampliada ao longo dos meses do ano. Mas a resposta do governo foi taxativa: R$ 53,00 ou encerrava as negociações. Ainda assim, o Sindicato deverá encaminhar pedido de apoio à maioria do governo na Assembleia para que deputados intercedam em favor da ajuda de custo maior para a saúde, antes da Assembleia Geral de terça-feira.
Diante da postura do representante do governo, que chegou a dizer que falava em nome da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag), Secretaria de Estado de Governo (Segov) e Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz), o Sind-Saúde solicitou à assessoria do primeiro-secretário da mesa da ALMG (deputado Rogério Correia) , que acompanhava toda a reunião, que o deputado intercedesse junto ao presidente da ALMG, Adalclever Lopes, que intermediasse as negociações junto ao governo. O Sind-Saúde entende que essa intermediação é devida a partir do momento que, além da reivindicação da ajuda de custo, a greve dos trabalhadores da saúde foi suspensa no dia 22 de dezembro com uma pauta específica, e absolutamente nada está sendo encaminhado.
Houve um momento durante a reunião em que os trabalhadores se indignaram. Foi quando, diante dos questionamentos dos trabalhadores da saúde ao representante do governo, sobre o não atendimento das reivindicações como contraproposta, o mesmo disse: _“essa é a proposta que estou apresentando. Se quiserem fazer greve, fiquem à vontade”.
As representantes da Unimontes (Sind-Saúde Núcleo Montes Claros) também reagiram à decisão do governo de manter a ajuda de custo dos servidores do Hospital Universitário em R$ 37 reais e não estender o valor de R$ 53, o que vai gerar uma perda de R$ 16,00 em relação aos demais servidores. Segundo Calazans, não havia tempo hábil de reprocessar negociações e ajustes para conceder os R$ 53,00 à Unimontes, em razão dos prazos estabelecidos pelo calendário eleitoral.
Depois da reunião, trabalhadores da SES, da ESP e da Funed se reuniram no hall do Edifício Gerais e avaliaram a proposta feita pelo governo. A Funed decidiu suspender a greve e realizar assembleia organizativa na segunda (05)para a Assembleia Geral de terça-feira. Trabalhadores da SES e da ESP também deverão se reunir para deliberar sobre a decisão que levarão para a Assembleia Geral.