Governo rejeita as propostas dos servidores da Unimontes e da UEMG
Em reunião realizada nesta segunda-feira (27), os representantes da Seplag repassaram aos diretores do Sind-Saúde e aos demais presentes a decisão da Secretaria de que neste ano não há a possibilidade de se readequar a estrutura de carreira dos servidores das duas únicas universidades estaduais. Ou seja, a Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) e a Universidade Estadual de Minas Gerais (UEMG) continuarão na contramão das universidades dos outros estados ao continuar a praticar péssimos salários, a desvalorizar os servidores de carreira, não dar possibilidades de crescimento aos efetivos e valorizar apenas aqueles de cargos comissionados. Diante disso, é grande a possibilidade dos servidores da Unimontes, que se reúnem em assembleia nesta semana, aderirem à greve da saúde.
Proposta rejeitada
Representantes dos servidores das duas universidades e diretores do Sind-Saúde elaboraram uma detalhada proposta de readequação da estrutura de carreira para a educação superior em Minas Gerais e entregaram para a Seplag no dia 10 de maio. No dia 02 de junho, os proponentes foram chamados para apresentar a proposta a representantes da Comissão Técnica da Seplag. Nesta segunda, o governo convocou nova reunião para responder, mas não apresentou qualquer sinalização ou nem mesmo uma contra-proposta.
Todos os argumentos apresentados pela representante da Comissão Técnica, Luciana Meireles, foram desmontados pelos trabalhadores das universidades e pelos diretores do Sind-Saúde. O governo trata o Ensino Superior como qualquer outro órgão ou secretaria, mas há especificidades que têm que ser consideradas e que não são. A capacitação do corpo técnico é uma delas. Por exemplo: muitas áreas precisam de servidores com mestrado ou doutorado e de fato são ocupadas por mestres ou doutores, mas no plano atual isso não é levado em conta. “O que desanima os servidores é que a gente faz concurso, entra pela porta da frente e não temos nossos títulos reconhecidos, não somos valorizados. Mas chega um designado e o título dele é reconhecido. Estamos no serviço público ou no privado?”, questionou Marivânia Monteiro, servidora da UEMG.
Renato Barros, diretor do Sind-Saúde, ressaltou esse descaso com que o governo tem tratado as universidades. “Se o Estado não investe na qualificação do seu corpo técnico e não valoriza quem é qualificado, ele joga por terra toda propaganda que faz de que investe na formação”, disse Renato. Assim, e sem a abertura de concursos públicos, é cada vez menor o número de servidores efetivos.
Situação das universidades estaduais
A proposta do Sind-Saúde indica para a criação de um plano de carreira específico para o Ensino Superior, alterando o defasado e injusto Plano de Cargos Carreiras e Salários de 2005, que desconsidera o tempo já trabalhado pelos servidores, desconsidera a especialização de cada um, não indica para um avanço do corpo técnico e administrativo e dá péssimos salários. Ao rejeitar essa exigência, o governo está demonstrando que não dá importância às suas duas únicas universidades, deixando-as completamente abandonadas.
Para Isael Soares, diretor do Sind-Saúde Núcleo Unimontes, o desconhecimento que a Seplag tem das peculiaridades do Ensino Superior poderia ser resolvida com a inclusão de servidores nas reuniões em que a Comissão Técnica discute a situação das universidades.
Estiveram presentes na reunião desta terça: Marivânia Monteiro, Eduardo Augusto e Evandro Cançado (representantes dos servidores da UEMG), Romer Pimenta (representante dos servidores da Unimontes), Isael Soares (diretor do Sind-Saúde Núcleo Montes Claros), Renato Barros (diretor do Sind-Saúde/MG), Santuza Abras (vice-reitora da UEMG), Alysson Danilo Santos (diretor de Desenvolvimento de Recursos Humanos da Unimontes), Roberto Rodiney Júnior (diretor administrativo do Hospital Universitário Clemente de Faria, que pertence à Unimontes), Luciana Meireles (da Comissão Técnica da Seplag) e Elian Guimarães (assessor-chefe de relações sindicais).