Ipsemg: patrimônio dos servidores que precisa emergir do caos
O Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais (Ipsemg) está perto de completar 100 anos de existência. Mas, os relatos dos beneficiários feitos na audiência pública realizada nesta quinta-feira (14), na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, não configuram um retrato comemorativo. A Instituição, de acordo com os trabalhadores, passa por sérios problemas em seu funcionamento.
O diretor do Sind-Saúde Renato Barros esteve presente na audiência como convidado. Para Renato o Ipsemg precisa de uma política efetiva de estado para que as melhorias sejam feitas. “O Ipsemg não é patrimônio do estado é dos servidores. Gostaria de ver na gestão da nova presidente as mudanças necessárias. Hoje a política de estado é de se ausentar da gestão, tal política não atente o pleno funcionamento do órgão” disse Barros.
A presidente do Instituto, Jomara Alves da Silva, também presente na reunião completou 6 meses de posse do cargo. Ela apresentou dados que serviram para construir o planejamento estratégico desta gestão. Jomara disse que algumas ações deste planejamento já estão em andamento. A presidente foi duramente criticada quando falou que dará foco nas ações as serem aplicadas e não vai ficar olhando para o passado. “Quem não valoriza o passado não pode planejar o futuro” criticou o médico Marcelo Dias, trabalhador do Ipsemg e convidado na audiência. Ele reforçou que as gestões passadas deixaram para atual presidente uma situação caótica que precisa ser resolvida.
O deputado Adelmo Carneiro Leão (PT) fez duras críticas à forma como a Instituição se posiciona com relação a divida que tem. “O Ipsemg continua gastando mais do que arrecada, sendo assim a dívida do Instituto vai continuar crescendo” reforçou Adelmo.
Concurso público vai ter que esperar
A contratação de mais profissionais foi uma das saídas apontadas pelos convidados para mudar boa parte deste quadro de dificuldades pelo qual passa a Instituição. A presidente do Ipsemg informou que por enquanto não vai realizar concurso público, pois está mapeando a Instituição. Ela reforçou que feito este trabalho em breve será possível saber o número exato de trabalhadores para cada setor e assim o concurso público pode ser aberto.
Retrato do caos
Leitos ambulatoriais ociosos, falta de profissionais, serviços terceirizados feitos incorretamente prejudicando o pleno funcionamento dos trabalhos, longa espera por consultas especializadas e a falta de recursos para financiar o Instituto foram algumas das denuncias colocadas. A presidente informou que está ciente de muitos destes fatos e que o plano estratégico desta gestão prevê mudanças a curto, médio e longo prazo.
Recentemente o Ipsemg amargou uma situação ainda pior com a greve dos trabalhadores da rede. Dentre as inúmeras reivindicações também constava como ponto da pauta melhores condições de trabalho o que reforça a necessidade de melhoria do atendimento.
Estiveram presentes na audiência o vice-presidente do Sisipsemg, Paulo Antônio Siqueira, a coordenadora-geral do Sind-Ute, Beatriz Cerqueira, o diretor do Sindpúblicos, Geraldo Antônio da Conceição, o presidente do Sinmed MG, Cristiano da Matta Machado e para presidir a audiência o deputado Gustavo Corrêa (DEM).
“O Ipsemg não é patrimônio do estado é dos servidores” disse o diretor do Sind-Saúde, Renato Barros.
Convidados denunciam as péssimas condições de funcionamento do Ipsemg.
No auditório manifestações contra a gestão do Ipsemg.