Trabalhadores da Maternidade Odete Valadares reivindicam melhorias
Os servidores de uma das mais importantes maternidades de Minas Gerais clamam por melhorias nas condições de trabalho, nos salários e na carreira. Essas foram, num geral, as reivindicações que foram apresentadas pelos trabalhadores da Maternidade Odete Valadares aos diretores do Sind-Saúde que visitaram a unidade na semana passada. A unidade situa-se em Belo Horizonte, no Bairro Prado.
Uma servidora disse que apesar de ter melhorado a assistência às mães e às crianças, o salário dos servidores é péssimo e acaba obrigando muitos a ter que fazer dupla jornada. “Quando passou para a Fhemig o salário caiu, mas na época era o mesmo de um policial, cerca de R$ 700. Hoje o meu salário é R$ 780”, disse a técnica de enfermagem, que, para complementar a renda, também trabalha no Hospital das Clínicas, onde ganha R$ 1900. Outras servidoras reclamaram por não estarem recebendo ou estarem recebendo equivocadamente determinados direitos, como adicional noturno, adicional de insalubridade e adicional de urgência e emergência.
O cumprimento da lei que permite a redução da jornada de trabalho, de 40 para 30 horas para os servidores da área de enfermagem, também é uma exigência dos trabalhadores. Eles aguardam ter acesso ao formulário que devem preencher para solicitar a redução.
Há também a reivindicação de investimento no laboratório, que possui equipamentos velhos e piso danificado.
Contratados que passaram no concurso da Fhemig esperam poder continuar no cargo até que sejam chamados, ao invés de serem mandados embora e depois retornarem. Uma servidora, inclusive, ressaltou que está em quarto excedente e que certamente será chamada – já que já foram feitas chamadas iniciais e o número de desistentes já é muito maior que quatro. Porém, ela disse que é muito provável que seja mandada embora nos próximos dias.
Assédio durante a greve
Servidoras que estão em estágio probatório relataram que durante a greve da saúde algumas chefias disseram a elas que caso participassem do movimento seriam mandadas embora. O Sind-Saúde reafirma que isto é uma ilegal prática de assédio moral, haja vista que o estágio é para avaliar a competência técnica daquele servidor que já faz parte do quadro de pessoal da instituição, de modo que ele tem todo direito de aderir à greve – que é, também, um direito constitucional.
Boa parte das reivindicações dos trabalhadores da Maternidade Odete Valadares é extensiva aos servidores das outras unidades da Fhemig e estão sendo discutidas pelo Sind-Saúde nas rodadas de negociações com o governo e com a gestão da Fundação.