Nova Assembleia 26/10
Trabalhadores da saúde seguem mobilizados e reagem contra fechamento de serviços e PPP
Em assembleia realizada na manhã desta quinta-feira, 19, os trabalhadores da saúde decidiram manter o estado de greve. Os rumos da campanha salarial 2017 serão definidos em nova assembleia marcada, com paralisação de 24 horas, para o dia 26 de outubro, incorporando a manifestação contra o Ato Médico já programado e organizado pelo Fórum Mineiro da Enfermagem. Os trabalhadores também se posicionaram em defesa do Sistema Único da Saúde (SUS) e rechaçaram a campanha de sucateamento dos serviços de saúde promovidos pelo governo estadual.
Trabalhadores da Funed ficaram indignados com a suspensão da audiência pública que discutiria parcerias público-privadas na Fundação hoje a partir das 10h, na Comissão de Saúde da ALMG. A audiência foi remarcada para o dia 26 às 15 horas. O clima entre os servidores é de indignação com a indiferença do governo à pauta de reivindicações.
Servidores do Hospital Ortopédico Galba Velloso (Fhemig) relataram que o governo não enviou o relatório, como prometeu, com o detalhamento da reforma para reparar problemas na estrutura do hospital solicitado pelo Ministério Público. Conforme os trabalhadores, a Fhemig mantém a tentativa de retirada dos servidores da unidade para suprir escalas do Hospital João XXIII, esvaziar o HOGV e fechar leitos. Essa atitude vai em contramão a tudo que foi definido na plenária do Conselho Estadual de Saúde e na Comissão de Saúde da ALMG.
O Sind-Saúde anunciou que a partir de hoje está retomada a luta para manter o Galba Ortopédico funcionando conforme compromisso do governo assumido na Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa no dia 10 de agosto passado. Dois meses depois, não há nenhum documento do governo legalizando a decisão da presidência da Fhemig de suspender o fechamento do Galba Ortopédico por seis meses. Para os trabalhadores a hora é de voltar com as mobilizações e o “Fica Galba Ortopédico”.
Trabalhadores da Funed voltaram a denunciar a arbitrariedade da gestão que insiste na parceria público-privada para a produção de medicamentos enquanto inspeção da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) atesta a condição de excelência das unidades de produção da Funed. A inspeção da Anvisa foi realizada na Funed entre os dias 02 e 06 de outubro.
Conforme a responsável técnica pela produção de medicamentos, farmacêutica Juliana Souki, a “infraestrutura técnica, fabril e o nível dos documentos da qualidade da fábrica da Funed não deixam a desejar quando comparada a nenhuma outra fábrica (de medicamentos) de ponta de nível internacional”. Amanhã, a partir das 09h, os trabalhadores da Funed fazem assembleia interna para deliberar sobre ações de enfrentamento à PPP.
Em relação à SES/MG, foi repassado a histórica reivindicação de recomposição da carreira dos AUGAS (Auxiliares de Gestão de Atenção à Saúde) que será enfim aprovada pelo governo. De acordo com a informação da Seplag, esses servidores que chegavam a receber abaixo do salário mínimo vigente no Brasil no seu básico, terão sua carreira iniciada com o menor salário básico de R$937,00. Essa é uma conquista da luta diária dos 1.365 AUGAS que no passado foram esquecidos pelos governos. A gestão ainda não informou a data que o salário básico será reajustado, mas afirmou que o processo já está em andamento na Câmara de Orçamento e Finanças (COF).
Outra conquista dos servidores da SES diz respeito ao vale-alimentação. Depois de três negativas do governo, referente a permanecia do vale-alimentação/refeição continuar a ser pago na modalidade cartão, 4.200 servidores de todo o Estado assinaram um abaixo-assinado repudiando as decisões do governo. A categoria justificou, através de pesquisas, que a modalidade cartão magnético, além de favorecer o trabalhador no pagamento antecipado, também proporciona uma economia anual aos cofres públicos no valor de R$350 mil. Essa movimentação dos servidores fez com que o governo retroagisse nas suas decisões e concedesse a modalidade cartão magnético para a SES/MG. Hoje (19/10) foi assinado o contrato com a empresa Policard, vencedora do pregão. Assim, a partir de 1º de novembro, reestabelece o cartão alimentação na SES. E no contracheque será creditado um valor referente ao vale-alimentação do mês de outubro.
Também estiveram presentes na Assembleia Geral os servidores de municípios mineiros que cobram do governo Pimentel o repasse de recursos às prefeituras. A falta do repasse do governo estadual gera um efeito cascata nos municípios que muitas vezes deixa de pagar o servidor para manter o serviço funcionando.