Não à privatização
Trabalhadores da Funed fazem segundo dia de paralisação nesta quarta, 19
Os trabalhadores da Fundação Ezequiel Dias (Funed) decidiram, em assembleia realizada na manhã desta terça-feira (18), que farão nova manifestação amanhã contra a privatização de unidades de produção de medicamentos da Funed. O ato de paralisação de hoje vai ser estendido até amanhã. Os servidores marcharam pela Avenida Amazonas cantando palavras de ordem contra a privatização e fizeram uma caminhada pelas ruas internas da Funed ao som da marcha fúnebre.
Para os trabalhadores não há dúvida: o governo tem a clara intenção de transferir o patrimônio público para a iniciativa privada por meio de Parceria Público Privada (PPP). Eles questionaram a suposta inviabilidade de um dos principais laboratórios centrais do país que há oito anos (2009) bateu um recorde de produção de cerca de 1,3 bilhão de medicamentos.
O Sind-Saúde denunciou que a ameaça de privatização sempre rondou a Funed já que a indústria farmacêutica – que no mundo só perde em faturamento para a indústria de armas de guerra – tem interesses na sua privatização. Reforçou o Sindicato que a alta rotatividade de gestores (não ficam mais de dois anos no cargo) aliada à má-administração da Funed ao longo dos últimos anos, têm contribuído para confundir trabalhadores e população sobre a intenção de privatização.
Para os trabalhadores, a privatização das unidades I, 2 e 3 da Funed pode levar à produção de medicamentos que visam apenas o lucro – apontaram os trabalhadores, negligenciando a fabricação de medicamentos que a população precisa. A Fundação, nesse sentido tem função primordial de cobrir essas ‘falhas’ do mercado atuando para beneficiar a saúde pública.
Também foi denunciado que a atual gestão abriu mão da inteligência estratégica de saúde pública que norteou a criação e a manutenção da Funed e que integra as áreas de vigilância sanitária, pesquisa e produção de medicamentos. Esse descuido – que para os trabalhadores é intencional – visa abrir caminho para o desmonte da instituição e o repasse para a iniciativa privada via PPP.