Reunião emergencial no HJK
Sind-Saúde se reúne com diretoria do HJK para reunião emergencial
Na manhã de ontem, segunda-feira (21/03), a direção do Sind-Saúde e comissão de trabalhadores se reuniram com a diretoria do Hospital Júlia Kubitschek para discutir problemas pontuais e cobrar soluções de pautas pendentes abordadas em reuniões anteriores.
Os servidores da unidade estão enfrentando um grave problema de abuso de algumas chefias imediatas, em relação ao remanejamento interno de pessoal. Sem nenhuma consulta prévia, trabalhadores estão sendo coagidos a trocar de setor, de horário de trabalho além de realizar atividades que não fazem parte da sua função (o que caracteriza desvio de função), como trabalhos administrativos e até transporte de galões de água para os setores. Isso está sendo feito de uma maneira desrespeitosa e prejudica o funcionamento do trabalho, sem levar em conta também a vida pessoal do trabalhador.
O diretor Antônio Cioffi reconhece o problema e explica que há um grave déficit de funcionários, somente no setor administrativo são cerca de 30 trabalhadores. Foi colocado pelo sindicato que a falta de pessoal é um problema do governo e não do trabalhador. Segundo ele, há um concurso vigente até julho, por isso o remanejamento está acontecendo na unidade, mas é algo temporário. Quanto ao transporte dos galões de água, já foi solicitado junto a FHEMIG um funcionário para o transporte. O Sind-Saúde já orientou os servidores: eles vão seguir o edital do seu concurso e não farão nenhuma atividade que esteja fora das suas atribuições. Além de alertar a direção quanto a ilegalidade de tal ato.
O sindicato se posicionou que a discussão do dimensionamento na FHEMIG feito sem a participação dos trabalhadores e as consequências disto é o remanejamento dos trabalhadores da forma que está sendo feita em todas as unidades sem sequer ouvir o trabalhador, gerando hoje uma insatisfação no quadro de pessoal e uma revolta nunca antes vivenciada na Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais.
Outro ponto debatido na reunião: o pessoal da enfermagem ressaltou a demora na liberação de pacientes que não necessitam de internação na UE. Com o quadro reduzido devido ao déficit de funcionários, é preciso agilidade e precisão no atendimento e nos exames para encaminhamento dos pacientes para as alas, no caso de internação e alta dos pacientes liberados. O diretor informou que foi criado um núcleo interno no hospital para questionar e melhorar o atendimento do paciente, a fim de agilizar o processo de atendimento e liberação Foi informado, também, que, com a entrada de novos pediatras no hospital, a alta das crianças recém-nascidas será mais rápida, disponibilizando assim o leito e evitando a exposição da mãe e do recém- nato, muitas vezes feita de forma improvisada enquanto aguarda um leito.
O Sind-Saúde e a comissão ressaltaram a direção, as várias reclamações de trabalhadores que estão sendo prejudicados na relação entre chefia e servidor. Conforme as denúncias dos trabalhadores, as chefias estão adotando posturas abusivas, desrespeitando os servidores, chegando ao cúmulo de “indeferir” solicitação de pedidos para solucionar problemas no local de trabalho que é de responsabilidade da própria chefia chegando ao ponto de exigir um requerimento para receber o trabalhador. Tal atitude foi repudiada por todos a partir do momento que é inadmissível tal posicionamento de um gestor em um governo que veio com a promessa de ouvir para governar.
Os técnicos de enfermagem também estão sendo coagidos a prestar atendimento em ambulância sem a assistência de um enfermeiro o que inclusive contraria o código de ética da categoria e até a resolução especifica resolução Cofen 375 que assegura ao técnico de enfermagem que todas as suas atividades deverão ser supervisionadas por um enfermeiro. Essa situação não pode continuar e o sindicato exige uma solução urgente para essas situações.
Outro tópico levantado foi a Avaliação de Desempenho. Os trabalhadores, principalmente da Unidade de Emergência, estão se sentindo prejudicados devido à avaliação, que está sendo utilizada pela chefia apenas como forma de punição para a equipe, sem levar em conta o esforço e o trabalho realizado, muitas vezes sem a condição adequada. Segundo o Sindicato, é preciso um seminário e cursos para as chefias e funcionários terem conhecimento da forma de como se processa a avaliação. O diretor concordou com o seminário e anunciou de forma emergencial a vinda de uma psicóloga organizacional para a unidade e a realização do seminário.
Também foi questionado o motivo da falta de energia e água na unidade nos últimos dias. O diretor respondeu que quanto à energia, foi um erro de manuseamento do gerador de energia. Já a falta de água foi um problema gerado durante um reparo feito pela Copasa, mas ambos os problemas já foram solucionados.
Outra questão é o tempo curto de funcionamento do refeitório, de 11h30 às 13h, que prejudica o servidor, que muitas vezes não pode deixar o atendimento ao usuário naquele momento para ir almoçar. Há relatos de que vários trabalhadores ficaram sem almoçar, a cerca de uma semana, devido a um atraso de 3 minutos. A comida foi descartada no lixo, na frente dos trabalhadores e quem não teve dinheiro para comprar algo para se alimentar, terminou o turno de trabalho com fome. O Sind-saúde repudia tal postura e exige providências imediatas.
Durante a reunião foi verificado que a maioria dos problemas constatados estão relacionados ao pessoal da assistência.