Trabalhadoras(es) da Funed decidem manter a greve
Em assembleia realizada na manhã desta terça-feira, 10/05, trabalhadoras(es) rechaçam proposta apresentada pela gestão e decidem manter o movimento grevista.
A assembleia realizada na manhã de hoje, 10/05, no saguão da presidência da Funed, foi uma grande prova de que as(os) trabalhadores(as) estão dispostos a seguir em luta para garantir seus direitos.
O objetivo da assembleia foi avaliar e discutir a proposta apresentada pela vice-presidência da Funed e a partir daí traçar novos passos para a mobilização. Vale lembrar que ontem, 09/05, a gestão já havia feito uma proposta e a assembleia decidiu apresentar uma contraproposta com as pautas já debatidas durante todo o movimento de greve: redução da jornada para 30 horas semanais, antecipação da segunda promoção na carreira e a não punição e abono dos dias de greve.
Hoje, a resposta formalizada da gestão foi repassada à assembleia. Com relação à jornada de trabalho, a redução seria para 36 horas semanais, podendo ser estendida aos sábados, de acordo com a necessidade de cada setor. Além disso, as quatro horas, que hoje completam a jornada de 40 horas, poderiam ser utilizadas para educação permanente, como em cursos de formação. Ainda com relação à redução da jornada, primeiramente seria aplicada ao IOM e até julho de 2017 nos demais setores da Fundação. A gestão também propõe apoiar a discussão com a Seplag sobre a antecipação da segunda promoção na carreira, além de se comprometer com a não punição e o abono nos dia de greve.
Insatisfação
Enquanto a assembleia debatia a proposta da gestão, se ouvia entre os murmurinhos: “nossa luta é por 30 horas”, “como podemos confiar que não vamos ter que trabalhar todos os sábados?”. Opiniões que foram debatidas amplamente. Muitas críticas foram colocadas com relação a essa proposta de redução. A “possível” e ainda confusa jornada aos sábados foi rechaçada e também as 36 horas aplicadas de segunda a sexta, já que as(os) servidores(as) teriam que fazer uma jornada diária de 7 horas e 12 minutos, mais uma hora de almoço, como determina a legislação trabalhista. Nesse caso, a redução seria mínima e muito distante da bandeira das 30 horas.
A greve continua
Após a exposição de dúvidas, opiniões e construção de um debate, a assembleia votou a proposta apresentada pelo governo. Nenhuma mão sequer se levantou para aprovar o documento. A maioria esmagadora, levando-se em consideração pouquíssimas abstenções, negou a proposta e decidiu seguir em greve.
Raio-X da luta
A assembleia desta manhã na Funed demostrou que os(as) trabalhadores(as) estão muito seguros(as) do objetivo desta luta. Mesmo com todas as dificuldades impostas por uma greve, estão dispostos a seguir mobilizadas(os) para conquistar direitos ameaçados historicamente por governos que não valorizaram (e ainda não valoriza) o(a) trabalhador(a) da saúde.
Mais uma vez, os(as) trabalhadores(as) que ainda não aderiram à greve foram chamadas(os) a fortalecer o movimento, já que só com muita pressão é possível avançar.
Amanhã será realizada nova assembleia, às 10h, no saguão da presidência. Servidores(as) que não estão de greve prometeram também amanhã fazer um dia de paralisação geral para fortalecer a causa.
Um trabalho necessário
O estado parece fechar os olhos para a importância dos(as) trabalhadoras(es) da Funed para a saúde pública. As mãos que hoje estão paradas na produção, mas erguidas por mais valorização, são responsáveis por diversos procedimentos essenciais para a sociedade. Com o fortalecimento do movimento, estão paradas as produções de soro, análise de exames com relação à vigilância sanitária e epidemiológica, além da transferência de tecnologia de vacinas como a de combate à meningite.
O movimento segue na esperança de que essa luta seja valorizada, não só por todos(as) esses trabalhadores(as), mas também por uma saúde pública cada dia mais fortalecida e qualificada.
Proposta apresentada pela gestão: