Bolo e protesto marcam aniversário do HMAL, unidade que resiste há 10 meses a tentativa de fechamento

O bolo de aniversário, distribuído à população, marcou um momento histórico dos 78 anos do Hospital Maria Amélia Lins: a luta pela vida da própria unidade hospitalar. A portaria do HMAL na tarde desta terça-feira (30/09) deu espaço para um grande bolo, música de parabéns e também protesto. A manifestação é endereçada ao projeto do governo Zema de entregar o hospital à iniciativa privada. Trabalhadores e usuários resistem desde dezembro de 2024 e diante tanta luta acreditam no presente ao SUS de manter a unidade que é referência em ortopedia totalmente aberta e 100% pública. A atividade foi um misto de festejo de quem defende a saúde pública e força para barrar o projeto de privatização.

O diretor do Sindicato Único dos Trabalhadores da Saúde (Sind-Saúde/MG) e conselheiro estadual de saúde Renato Barros voltou a cobrar responsabilização da desassistência causada pelo fechamento dos blocos cirúrgicos. “Alguém tem que ser responsabilizado pelas sequelas de pacientes que aconteceram e acontecem por falta de cirurgia”. Renato Barros se refere a denúncias que foram entregues ao Conselho Estadual de Saúde (CES-MG) que apresentam nexo causal de agravamento de fraturas com a demora em cirurgias ou a ausência de serviço prestado. Dois desses casos estão expostos em cartaz na porta do hospital, uma sequela irreversível em um paciente de 25 anos que aguardou 40 dias para uma cirurgia e um outro paciente de 34 anos que adquiriu tromboembolismo pulmonar, uma complicação frequente em internações prolongadas.

Os manifestantes falaram também sobre o recente relatório do Tribunal de Contas (TCE) que comprovou que as ações da Fhemig de fechamento do bloco cirúrgico provaram desassistência em toda a rede e superlotação do Hospital João XXIII.  Os usuários denunciam ainda que mesmo com exigência do TCE de abrir blocos em outras unidades, a demanda de 300 cirurgias ortopédicas não será suprida. É com esta afirmação que o Sind-Saúde/MG também procurou o Ministério Público na semana passada para pedir esclarecimentos ao governo.

Pressão ao governo

O vereador de Belo Horizonte Bruno Pedralva e mandatos de parlamentares estaduais da deputada Beatriz Cerqueira e Lucas Lasmar também estiveram presentes. De acordo com o gabinete da deputada Beatriz Cerqueira, uma audiência pública será chamada na ALMG para discutir a situação do HMAL novamente.

O Sindicato reforça que a mobilização não pode parar até que as salas de cirurgias que estão equipadas no HMAL voltem a funcionar.