Marcha das Margaridas 2023 pede reconstrução do Brasil e bem viver
A sétima edição da Marcha das Margaridas será nos dias 15 e 16 de agosto, em Brasília. O Sind-Saúde/Mg chama à atenção para a importância das trabalhadoras da saúde se somarem junto às trabalhadoras rurais do campo e da floresta na mobilização deste ano, que tem como lema “Pela Reconstrução do Brasil e pelo Bem Viver”.
A marcha é organizada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), com o apoio de outras entidades sindicais. Participam camponesas, quilombolas, indígenas, cirandeiras, quebradeiras de coco, pescadoras, marisqueiras, ribeirinhas e extrativistas de todo o Brasil.
De acordo com Mazé Morais, coordenadora geral da Marcha das Margaridas, a pauta de 2023 foi construída em diversas reuniões pelo país, realizadas desde 2021, e apresenta aquilo que as mulheres consideram necessário para “combater a violência sobre os nossos corpos” e “efetivar programas, medidas e ações que contribuam para nossa autonomia econômica”.
Segundo ela, essas mulheres vivem “as piores condições de acesso à terra, aos territórios, à água, a renda, aos bens da natureza, a moradia digna, saneamento básico e aos serviços e equipamentos de saúde”. “Além de vivenciarmos diversas situações de violência, somos constantemente colocadas na invisibilidade social e política”, acrescentou.
Um dos treze importantes eixos de defesa da marcha é a defesa do Sistema Único de Saúde, para que os serviços sejam ampliados de forma que funcione em harmonia os serviços de saúde, previdência e assistência social 100% pública, universal e solidária.
Para a diretora do Sind-Saúde/MG e também integrante da marcha, Dehonara Almeida, é fundamental a defesa do Sistema Único de Saúde que é o que garante atendimento e assistência às mulheres do campo, da floresta, da periferia e das pequenas e médias cidades. Além disso, chama atenção para a garantia de direitos para as mulheres trabalhadoras da saúde.
“Para garantirmos um SUS de qualidade precisamos pensar nas trabalhadoras do Sistema Único de Saúde, que estão vivendo a precarização em Minas Gerais. O salário que recebem mal paga as contas e muitas delas preferem não se aposentar porque neste caso cai para menos de um salário mínimo”, declarou Dehonara.
A diretora ressaltou que é na marcha das mulheres que tem que ter unidade para lutar pela dignidade das trabalhadoras da saúde que convive com múltiplas jornadas de trabalho, passando por precarização, péssimas condições salariais, falta de EPIs, uma verdadeira política de morte orquestrada pelo governo Zema.
“A Marcha das Margaridas é muito importante nesse sentido, porque as mulheres sabem que quando a gente se une e luta, a gente derrota esses governos de morte” completou.
O Sindicato Único dos Trabalhadores da Saúde de Minas Gerais reforça a importância da Marcha das Margaridas em Brasília e em Minas Gerais para construir um projeto de sociedade em que as mulheres sejam livres, que tenham condições dignas de vida, mais direitos e igualdade.
Segue abaixo a pauta de reivindicações é composta por 13 eixos:
1 – Democracia participativa e soberania popular
2 – Poder e participação política das mulheres
3 – Vida livre de todas as formas de violência, sem racismo e sem sexismo
4 – Autonomia e liberdade das mulheres sobre o seu corpo e a sua sexualidade
5 – Proteção da natureza com justiça ambiental e climática
6 – Autodeterminação dos povos, com soberania alimentar, hídrica e energética
7 – Democratização do acesso à terra e garantia dos direitos territoriais e dos maretórios (territórios costeiros, influenciados pela maré)
8 – Direito de acesso e uso social da biodiversidade e defesa dos bens comuns
9 – Vida saudável com agroecologia e segurança alimentar e nutricional
10 – Autonomia econômica, inclusão produtiva, trabalho e renda
11 – Saúde, previdência e assistência social pública, universal e solidária
12 – Educação pública não sexista e antirracista e direito à educação do e no campo
13 – Universalização do acesso à internet e inclusão digital