Reposicionamento: Acordo só sai se diminuir contagem pela metade, diz sindicatos
“Não vamos desistir de nossa proposta e o compromisso com a base”. Essa foi a decisão dos sindicatos que representam o funcionalismo ao receber a resposta da Secretária Planejamento e Gestão (Seplag), Renata Vilhena, que mantém a proposta de reposicionamento na carreira de 5 anos para progressão (tempo de serviço) e 2 anos e meio para promoção (escolaridade). Os sindicatos manifestaram repúdio ao argumento que o impacto na folha de pagamento será da ordem de R$ 500 milhões anual. “Muito menor do que achava o vice-governador Antonio Anastasia anos atrás. Ele sempre disse que esperava um impacto que representasse mais de 1 bilhão” disse o Coordenador da Intersindical, Geraldo Henrique.
A reunião aconteceu na última sexta-feira (20/11) e a discussão ficou em cima do início da contagem para o reposicionamento. Para o governo, a contagem de tempo de serviço e escolaridade será feita de acordo com o ingresso do servidor ao prestar concurso. Já os sindicatos acreditam ser necessário que a contagem seja pelo último posicionamento, valorizando a evolução na carreira do trabalhador. Na saúde, esta diferença só afetaria os trabalhadores da Funed, já que todos os outros setores amargam 11 anos e 4 meses de congelamento do plano de carreira.
Agora, os sindicatos irão levar para a Seplag exemplos de trabalhadores que, com a contagem sem considerar os últimos posicionamentos, perderão direitos adquiridos com a progressão. A proposta de mudar o início da contagem para os últimos posicionamentos será incorporada a reivindicação dos sindicatos de diminuir pela metade os cálculos para reposicionar os trabalhadores na carreira.
Hora de pressionar
Segundo Renata Vilhena, durante a reunião com os sindicalistas, a proposta do funcionalismo terá que ser avaliada pelo vice-governador e governador. O diretor do Sind-Saúde/MG, Renato Barros, acredita que é preciso muita mobilização do conjunto dos trabalhadores para que a proposta de diminuir pela metade (2 anos e meio para tempo de serviço e 1 ano para escolaridade) seja efetivada.
Renato analisa que entre o previsto pelo governo, cerca de R$ 225 milhões, e o proposto pelos sindicatos, segundo o estudo da Seplag impactando R$555 milhões, o investimento no reposicionamento está aquém da dívida que o Estado tem com o funcionalismo. O reposicionamento como proposto pelos sindicatos ainda não diminui as perdas salariais de anos sem aumento.
O estudo de impacto elaborado pela Seplag como argumento para não aceitar a contra-proposta não corresponde com as preocupações de cortes em outras áreas do governo. De acordo com o estudo apresentado, o governo teria que aumentar a folha em R$ 41 milhões mensais. Valores que o governo Aécio já está acostumado a adicionar. Apenas em três meses do início do ano o governo, a toque de caixa, aumentou R$ 70 milhões na já polpuda verba de publicidade.