18 de maio: eles passarão, Nós passarinho
Dia nacional da luta antimanicomial leva alegria e resistência para as ruas de Belo Horizonte.
Mais um ano em que o Dia da Luta Antimanicomial transforma o cotidiano da cidade e traz para o espaço público o importante debate sobre a saúde mental. Um verdadeiro carnaval, com uma diversidade de cores, fantasias e sorrisos. Energia necessária em tempos de uma lucidez tão opressora.
O samba enredo deste ano “Eles passarão, nós passarinho”, inspirado nos versos de Mário Quintana, é uma crítica necessária aos retrocessos vividos no país, inclusive com relação ao SUS e à política de saúde mental, que ao mesmo tempo convoca à leveza e à liberdade.
Usuários(as), trabalhadores(as), apoiadores(as) e transeuntes ocuparam as ruas em um desfile digno de ser construído pela célebre Escola de Samba Liberdade ainda que Tam Tam. Foram seis alas que resgataram importantes referências para a luta antimanicomial. Uma das homenagens foi ao psicólogo e grande lutador Marcos Vinícius, assassinado no início desse ano.
O Sind-Saúde esteve presente engrossando as fileiras e fortalecendo outra importante homenagem durante o desfile. Uma grande foto do militante Carlos Campos, Carlinhos, passeava por as alas, recordando um companheiro que tanto ajudou a construir a bandeira da saúde mental. Enquanto diretor do Sind-Saúde, Carlinhos sempre pautou a luta antimanicomial dentro e fora do Sindicato. Carlos Campos, presente!
Para quem já participou do desfile de 18 de maio, não é difícil perceber a energia transformadora. A militante do Fórum Mineiro de Saúde Mental, Soraia Marcos, afirma que esse ato é construído por pessoas que já resistiram muito nessa vida. “É um aprendizado maravilhoso. Eles(as) mostram que apesar de tudo ainda há suspiro”, ressalta.
O Sind-Saúde preparou um vídeo em homenagem a todos e todas que estão na trincheira por um mundo sem manicômios ou qualquer outra forma de opressão. Que estejamos juntas(os) na defesa de tudo que construímos até aqui. Eles passarão, Nós passarinho!