Situação crítica em Minas

 

Governo apresenta dívida bilionária e sindicatos dizem que trabalhador não pagará a conta

 

A maior dívida do governo de Minas Gerais é com o funcionalismo estadual. Foi assim que os sindicatos que representam os servidores estaduais receberam os dados do déficit no orçamento apresentado pelo governo na manhã desta quinta-feira (01/10). Convocada pelo governo e prevista por lei, a reunião teve participação de todas as entidades representativas dos(as) trabalhadores(as), mas não teve caráter de negociação.  O governo falou da proposta orçamentaria de 2016, que já está noticiado na grande mídia e reafirmou que este ano as contas fecham no vermelho. Os(as) trabalhadores(as) organizam uma Assembleia Unificada para definir atuações conjuntas do funcionalismo.

 

 

 

O resumo da reunião já havia sido noticiado pela imprensa um dia antes: o cenário esperado para o próximo ano é um déficit de R$ 8,9  bilhões. Com estado quebrado, o governo afirmou que só no período entre janeiro e agosto deste ano o déficit é de R$3 bilhões. Na saúde, segundo os dados apresentados, a dívida com a União aumentou em R$4 bilhões. O PIB mineiro também está em baixa, de acordo com o secretário de Planejamento e Gestão, Helvécio Magalhães. Nos últimos seis meses, houve recuo de 2%.   

 

 

 

Em conjunto com os dados alarmantes, o governo não descartou cortes na máquina pública. A nomeação de cargos comissionados está vedada. Porém, setores como a saúde foram apontados como exceção para nomear concursados.

 

 

 

Intervenção do Sindicato

 

Todas as entidades sindicais presentes criticaram a falta de investimento para garantir os direitos aos trabalhadores e apresentaram reivindicações. O Sind-Saúde/MG cobrou o princípio de equidade no tratamento dos(as) servidores(as) e aposentados(as). O Sindicato reivindicou o pagamento do abono aos aposentados(as), assim como está sendo feito com os trabalhadores da previdência.

 

 

 

Após a exposição dos representantes do Sind-Saúde, o governo admitiu a dívida que o Estado tem com servidores da saúde, sobretudo, com a Funed. Só de repasse do Ministério da Saúde, o governo estadual deve à Funed R$800 milhões. Além disso, os servidores mostram preocupação com o sucateamento da Fundação com as fábricas paradas.      

 

Abono

Chegaram informações ao Sindicato que muitos contracheques não estavam com emissão do pagamento do abono incorporável de R$190,00. Questionado sobre o assunto, os representantes do governo informaram que houve erro na folha de pagamento de alguns servidores e que uma folha extra irá incluir o pagamento ainda durante o mês. 

 

União do funcionalismo

 

A proposta de unidade do funcionalismo para enfrentar as ameaças de perda de direitos já está sendo discutida pelos sindicatos. Uma Assembleia Unificada dos Servidores Estaduais está agendada para acontecer no dia 27 de outubro, às 10 horas, no pátio da Assembleia Legislativa (ALMG). A data também é simbólica, já que um dia antes é comemorado o dia do servidor público. 

 

Portas fechadas: A reunião aconteceu na Cidade Administrativa e a imprensa sindical foi proibida de acompanhar a discussão. A permissão aconteceu apenas no início da reunião para fotografar.