Problemas na Maternidade do HJK

Após três anos de espera, finalmente a direção do Hospital Júlia Kubitschek recebe trabalhadoras da maternidade e Sind-Saúde para tratar de problemas enfrentados por técnicos de enfermagem  


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A última quinta-feira, 17 de setembro, foi um dia histórico para os técnicos(as) de enfermagem da maternidade do Hospital Júlia Kubitschek. Há cerca de três anos os profissionais e o Sind-Saúde solicitam junto à direção do Hospital uma reunião para apresentar os diversos problemas enfrentados neste setor. Problemas que já foram relatados e encaminhados à promotoria de saúde, frente à ausência de diálogo por parte da gestão nesses últimos anos.

Uma das principais dificuldades enfrentadas pelos técnicos(as) é o desvio de função, existente em vários setores da unidade. O Sind-Saúde apresentou relatos e as técnicas declararam que o acúmulo de trabalho tem gerado um forte desgaste para a categoria. Muitas vezes, os técnicos(as) são obrigados a exercer funções da área administrativa, como organização de fichas, prontuários, alta de pacientes, alguns inclusive trabalhando como secretários(as). Essa realidade ocorre em vários setores da unidade.

Também relataram que chegam a exercer funções que deveriam ser supervisionadas por enfermeiros(as), como por exemplo, o transporte de pacientes em trabalho de parto. Durante o transporte levam bandejas para execução de parto e até campos cirúrgicos. Isso caracteriza que, caso haja o parto durante o trajeto, o técnico de enfermagem teria que executar tal procedimento. Essa ilegalidade acontece mesmo existindo no setor várias enfermeiras obstetras e assistenciais, além de toda uma equipe médica.   

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As trabalhadoras também denunciaram como a escala é reduzida, ocorre a sobrecarrega de trabalho da categoria que leva ao adoecimento e consequentemente as licenças médicas. Muitas vezes o setor conta com menos trabalhadores do que o necessário, por falta de planejamento dos plantões. De acordo com as técnicas, isso impacta diretamente o atendimento ao usuário, já que outras funções tomam um tempo que deveria ser exclusivo à assistência.

Durante a reunião foi exigido providencias imediatas à direção do hospital. O Sind-Saúde ressaltou que a lei é clara: o servidor só pode exercer a função que corresponde ao seu cargo efetivo. Além disso, o Sindicato e trabalhadores(as) destacaram que a gestão deve acompanhar o esquema dos plantões junto às chefias imediatas, para garantir o quadro diário necessário à assistência ao usuário e às devidas condições de trabalho.  

O Sind-Saúde e as técnicas presentes solicitaram à gestão mais diálogo sobre os problemas enfrentados na unidade. A direção assumiu que o Hospital apresenta um déficit de trabalhadores que prejudica os servidores e se comprometeu a estar mais aberta para receber denúncias e relatos. A gestão garantiu que irá fazer um levantamento para apurar todos os casos de desvio de função na unidade para que sanar de vez o problema dos desvios de função que já se tornou uma prática de anos na unidade. A direção solicitou um prazo de quinze dias para apresentar ao Sindicato e aos trabalhadores(as) quais as providencias e encaminhamentos foram feitos diante dos relatos.  

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