Não ao sucateamento

Na assembleia desta terça-feira, 31, trabalhadores decidiram continuar na luta exigindo mais respeito e compromisso dos membros da alta gestão em relação aos servidores e à Funed

Primeira foto

Hoje, 31/05, os trabalhadores da Funed decidiram prosseguir firmes na luta. Com o auditório lotado, duas abstenções e nenhum voto contrário, a maioria votou pela continuidade do movimento que cobra mudanças na Fundação.  Como eles vêm refletindo ao longo desta Campanha Salarial de 2016, zelar pelo presente e pelo futuro da Funed é defender as próprias carreiras vocacionadas para a saúde pública, a pesquisa e a produção de medicamentos.   

As mudanças que os trabalhadores exigem vêm na sequência de uma greve que ampliou a consciência de todos para as ameaças que a Funed vem passando nos últimos anos. Como o próprio Sind-Saúde explicou durante a assembleia, as mudanças foram demandadas à gestão no ano passado e elas não vieram. Por isso, depois de levarem à frente um movimento vitorioso que culminou na exoneração do presidente da Funed esta semana, os trabalhadores decretaram tolerância zero à má gestão.

Para os servidores, o próximo presidente, assim como os demais membros da alta gestão, deverão saber lidar com gente e ter autonomia e capacidade para empreender uma adminstração que leve à Funed a progredir. Eles deixaram claro que o cargo de presidente precisa ser ocupado por um gestor que não escolha apenas um grupo para dialogar ou que de forma deliberada feche os olhos para o conjunto de trabalhadores.

Durante a greve, uma enquete com a opinião da maioria dos servidores indicou a reprovação da gestão, presidente e vice-presidente, pelos trabalhadores. Ofícios reiterando a rejeição também foram encaminhados ao secretário de estado da saúde, ao governador e ao presidente da Assembleia Legislativa.

Toda a movimentação –  com suporte na união dos trabalhadores da Funed que assumiram seguir com o ônus de uma greve quando quase totalidade dos servidores da saúde do estado já tinha suspendido as paralisações – redundou em desgastes sucessivos da gestão que culminaram na queda de um presidente que se mostrou omisso e alinhado com grupos de interesse da Fundação alheios ao futuro da instituição.  

Por isso, os trabalhadores mandam o aviso: desde o começo os novos gestores deverão se mostrar abertos ao diálogo com a totalidade dos servidores da Funed e não administrar em sistema de compadrio com grupos que não visam o pleno funcionamento de um dos principais laboratórios oficiais brasileiros.

Implantação das 36 horas

Segunda foto Funed

Amanhã, 1º de junho, a comissão de servidores da Funed que trabalha na implantação da jornada de 36 horas vai avaliar a minuta da resolução conjunta elaborada pela Secretaria de Estado de Saúde (SES) e pela Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag).

Conforme o Sind-Saúde, o prazo de um ano: julho de 2016 a julho de 2017 é desnecessário para  a implantação da nova jornada.  Como forma de agilizar o processo, uma reunião com as chefias deve acontecer na próxima quinta, 02/06, para que seja iniciado o trabalho de reorganização do trabalho contemplando questões como entrega e manutenção da qualidade na prestação dos serviços.

Membros da comissão de trabalhadores que vêm participando do movimento pela redução de jornada sem redução de salário já estão em contato com as chefias também com o objetivo de acelerar a implantação das 36 horas.

Ao final da assembleia, o Sind-Saúde informou que todas as deliberações tiradas serão encaminhadas ao secretário de estado de Saúde, Sávio Souza Cruz em reunião a ser realizada nos próximos dias. Os trabalhadores cogitam, inclusive, de encaminhar nomes para compor a alta gestão da Funed que sejam comprometidos com o projeto de reestruturação para o pleno funcionamento da instituição.