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Governo assume ônus social e político e determina fechamento do Galba Ortopédico


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O governo preferiu partir para o desmantelamento da política pública de assistência à saúde da população ao decretar hoje (16/11) o fechamento do Hospital Ortopédico Galba Velloso. Conforme notícia publicada no site da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) publicada nesta quinta, o HOGV passará a funcionar apenas como ambulatório. A medida desconsidera que o ambulatório já existe há 17 anos. Segundo o comunicado, o fechamento será no dia 11 de dezembro. 

Enquanto a Fhemig publicava essa decisão, os servidores da saúde realizavam ato público em defesa do Hospital. Ao serem informados sobre a medida, os trabalhadores deliberaram que farão paralisação no dia 05 de dezembro, a partir das 10h, para resistir contra o fechamento de hospitais em Minas Gerais. O Sind-Saúde convoca trabalhadores e população para participar.

Além de contribuir para o sucateamento da saúde pública, com o fechamento do Galba Ortopédico o governo também arca com o custo político da decisão. Mais de 15 mil e setecentas  assinaturas de usuários do Sistema Único de Saúde e trabalhadores da saúde , em todo o Estado, colhidas até o momento pedem que o Galba Ortopédico não seja fechado.

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A decisão da gestão de fechar o Galba Ortopédico também fere os princípios de organização do SUS  porque desconsiderou as negociações, pela continuidade do funcionamento, que vinham sendo feitas com o Conselho Estadual de Saúde (CES/MG). 

No dia 10 de agosto, a presidência da Fhemig assumiu o compromisso perante os conselhos municipal e estadual de saúde de Belo Horizonte do Estado, usuários do SUS, trabalhadores e parlamentares da Comissão de saúde da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG)  de suspender o fechamento.  Estipulou um prazo de seis meses para buscar os recursos para investimento na unidade. No começo do mês, o CES/MG teve conhecimento de que o governo destinou R$ 8 milhões de reais para a saúde. Em vez de atender à demanda das obras do HOGV, o dinheiro foi aplicado em obras emergenciais dos Hospitais João XXIII, Infantil João Paulo II (antigo Centro Geral de Pediatra, CGP), Maternidade Odete Valadares, conforme divulgado pela mídia.

Para a conselheira do Conselho Estadual, segmento de usuários, Nazaré Santos, o fechamento do Galba Ortopédico reflete a falta de investimentos do governo em saúde e pode sinalizar o fechamento de outras unidades. “Na medida em que o governo não investe na manutenção das unidades de saúde, elas vão sendo sucateadas e fechadas”, alerta.   

“Tem gente esperando na fila há meses e até anos para fazer cirurgia ortopédica no Estado. Com o fechamento do Galba Ortopédico esse tempo vai aumentar”. A avaliação é de Jadir Martins, representante dos trabalhadores na Câmara Técnica Gestão da Força de Trabalho do Conselho Municipal de Saúde de Belo Horizonte (CMS/BH) sobre a fila para cirurgias ortopédicas que atualmente tem um total de 17 mil pessoas.

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Para o presidente da Associação dos Empregados Públicos Estaduais da MGS, Plínio Saldanha, o sentimento é de indignação e tristeza pelo fechamento porque se sabe da necessidade de o Galba Ortopédico continuar funcionando. “E sabemos que essa atitude (do governo) vai contra a política pública de assistência ao usuário SUS no atendimento terciário (urgência e emergência)”. Plínio chama a atenção para a importância das manifestações continuarem como ato de resistência ao desmantelamento do SUS que teve início com a Emenda Constitucional que retira investimentos em saúde por 20 anos.

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