Hanseníase em debate

Atividades na Colônia Santa Isabel, neste final de semana, marcam o Dia Mundial de Combate à Hanseníase, 31/01 

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Em razão da celebração do Dia Mundial de Combate à Hanseníase, comemorado no dia 31 de janeiro, várias atividades estão programadas para este final de semana na Colônia Santa Isabel em Betim.

No dia 29, amanhã, entre 09 e 17 horas, será ministrado o curso “Intervenções Terapêuticas e autocuidado do paciente no controle da hanseníase”. O curso é uma oportunidade de atualização para profissionais da saúde envolvidos no cuidado dos pacientes da hanseníase. O diretor do Sind-Saúde, Eni Carajá, será facilitador do curso.

E, pelo 23º ano consecutivo, será realizado o Concerto Contra o Preconceito, no sábado (30) e no domingo (31) com várias atividades educativas e culturais.

A hanseníase é doença infecciosa, crônica, causada por uma bactéria – M. leprae – e que afeta a pele e os nervos periféricos, em especial os dos olhos, braços e pernas. A hanseníase tem cura e se tratada precocemente e de forma adequada, pode evitar as incapacidades e as sequelas. Qualquer mancha na pele ou área de pele aparentemente normal, mas com alteração de sensibilidade, pode ser hanseníase. Neste caso o paciente deve procurar uma unidade de saúde para confirmar o diagnóstico e iniciar o tratamento.

Embora o número de casos de hanseníase tenha diminuído nos últimos anos, no mundo e no Brasil, estamos ainda distantes do real controle desta doença. Em 2014, a Organização Mundial de Saúde recebeu a notificação de 213.889 casos novos de hanseníase de 121 países, sendo que 13 destes países tiveram mais de 1.000 novos casos, dos quais a Índia com 125.785 (58,8% do total) e o Brasil com 31.064 (14,5% do total).

O Estado de Minas Gerais vem notificando cerca de 1400 casos novos a cada ano nos últimos 5 anos. Em 2014, foram 1.215 novos casos, significando 5,86 novos diagnósticos em cada 100 mil habitantes, dos quais 4,5% (55) foram em menores de 15 anos. O acometimento de crianças pressupõe a presença de adultos doentes sem diagnóstico e sem tratamento, convivendo e transmitindo a hanseníase para crianças e adolescentes. Do total de casos novos notificados em 2014, 10,9% foram diagnosticados com deformidade, indicando um percentual ainda elevado de diagnóstico tardio.

Os casos de hanseníase estão distribuídos por todo o estado, mas a situação merece maior atenção na divisa do estado com o sul da Bahia e Espírito Santo, na divisa com Goiás e Distrito Federal e na divisa de Goiás com o Triangulo Mineiro, onde existem aglomerados espaciais de casos e o problema hanseníase é agravado, não só pelos movimentos migratórios próprios destes locais, bem como pela estrutura assistencial existente.

A divulgação dos sinais e sintomas da hanseníase e do seu tratamento e cura é uma importante arma no combate à doença. A hanseníase sempre foi cercada por um grande estigma e preconceito, devido às deformidades que podem acontecer quando o tratamento não é feito precocemente e de modo adequado.

É importante que as pessoas saibam que a hanseníase tem cura e que o tratamento é gratuito e está disponível nas unidades de saúde pública. Vale ressaltar que imediatamente após iniciar o tratamento, que dura entre 6 a 12 meses, os pacientes já não mais a transmitem para as pessoas com quem convivem, mesmo os doentes da forma contagiosa, que correspondem a cerca de 30% do total de casos diagnosticados.

Os contatos intradomiciliares dos pacientes com hanseníase têm maior risco de desenvolver a doença, portanto, devem ser examinados e orientados. Se a população em geral souber identificar os sinais e sintomas da hanseníase e buscar o diagnóstico mais precocemente possível, terá muito mais chances de não desenvolver deformidades, e o tratamento realizado por um menor tempo.

Com informações da SES-MG

Concerto Colônia