CNS repudia atos de racismo

Em nota de repúdio, Conselho Nacional de Saúde criminaliza manifestações racistas contra imigrantes negros

 

Diante os diversos registros de racismo contra os imigrantes negros em todo o Brasil, o Conselho Nacional de Saúde (CNS) publicou uma nota de repúdio contra os atos e criminalizando a ação.

O caso mais emblemático ocorreu na cidade de Cascavel, no Paraná, onde foi detectado uma suspeita de contágio de Ebola, de um homem vindo da Guiné Bissau. Após dois exames, foi descartada qualquer possibilidade infecção da doença.

Mesmo com a eliminação de risco de propagação do vírus no país, os atos de discriminação contra negros provenientes da África e de outros países estão cada vez mais frequentes, principalmente nas redes sociais.

O Ministro da Saúde, Dr. Arthur Chioro, afirmou em entrevista no último dia 11 de outubro, que são inaceitáveis essas manifestações racistas. “É inaceitável que, alguns brasileiros aproveitem esse momento para colocar a raiva, seu ódio e suas manifestações raciais para fora”.

O Sind-Saúde/MG reforça essa luta contra o racismo e a intolerância praticada por alguns “cidadãos” e se posiciona ativamente no combate a esse ato e na promoção de um debate que promova a tolerância e elimine esse tipo de atitude.


 

Veja a nota de repúdio na íntegra:


CNS-editada

MINISTÉRIO DA SAÚDE

CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE

 

NOTA DE REPÚDIO

 

O Conselho Nacional de Saúde (CNS) vem a público repudiar as manifestações racistas expressadas durante o período de suspeita de infecção por vírus ebola em um imigrante da Guiné, reportada na cidade de Cascavel/PR, no início do mês de outubro de 2014.

O Brasil possui mais de 50% de sua população autodeclarada negra, e casos de racismo são vivenciados e registrados cotidianamente pela maioria desta população.  O Ministro da Saúde, Dr. Arthur Chioro, ao pronunciar-se, em entrevista coletiva, no dia 11 de outubro, sobre o caso afirma que: “Manifestações racistas são inaceitáveis em um país que se diz civilizado como o nosso. Temos que repudiar. É inaceitável que, alguns brasileiros aproveitem esse momento para colocar a sua raiva, seu ódio e suas manifestações racistas para fora”.

Ressaltamos que o Ministério da Saúde reconheceu no ano de 2006, o racismo enquanto um determinante social, confirmando o impacto deste na saúde da população. Esta situação foi corroborada no mesmo ano com a aprovação pelo CNS, da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra, que tem como objetivo promover a saúde integral deste segmento populacional, priorizando a redução das desigualdades étnico-raciais, o combate ao racismo e à discriminação nas instituições e serviços do Sistema Único de Saúde (SUS).

Neste sentido o CNS, reafirma o papel importante do SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE- SUS- no cuidado e na vigilância, garantindo  segurança a toda população brasileira, veementemente repudia os atos  racistas e reitera a necessidade do combate ao racismo em todas as esferas e suas manifestações.

 

Brasília-DF, 14 de outubro de 2014

 

 

MESA DIRETORA

CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE