Vigilância Sanitária comprova a presença de bactéria na alimentação fornecida aos trabalhadores do HJK e Sindicato cobra providências
O laudo microbiológico realizado pela Vigilância Sanitária de Belo Horizonte detectou o micro-organismo na amostra coletada do alimento servido no dia 9 de outubro aos trabalhadores do Hospital Júlia Kubitschek (HJK), da rede FHEMIG. Segundo o documento da Vigilância, o purê misto estava contaminado por Clostridium perfringens, bactéria associada a surtos de doenças transmitidas por alimentos (DTAs). Neste dia, 201 servidores da unidade apresentaram sintomas como com diarreia, cólicas, náuseas e vômitos — quadro compatível com intoxicação alimentar. O fato foi amplamente divulgado pela imprensa.
Apesar da confirmação da Vigilância sanitária, o contrato com a empresa segue ativo, mesmo com contestações judiciais por ter sido contratada mesmo sem vencer o pregão e com valor cobrado superior a R$30 milhões do primeiro do ranking.
O Sind-Saúde acompanha de perto esta apuração e cobra medidas efetivas. Em contato insistente com a Fhemig, o Sindicato recebeu um retorno sobre como estão as investigações internas e o acompanhamento com os trabalhadores. A diretora do Sind-Saúde Neuza Freitas contesta a posição da Fhemig de aguardar um resultado final da Vigilância Sanitária. “Não existe bactéria preliminar, laudo de Vigilância é laudo de Vigilância”, reafirma.
Sind-Saúde denunciou irregularidade em contratação
O Sindicato já contestava a forma de contratação realizada para o fornecimento da alimentação na unidade. No dia 03 de outubro o Sind-Saúde encaminhou para o Ministério Público (MPMG), com cópia para o deputado Lucas Lasmar que é membro da Comissão de Saúde da ALMG e para o presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE) Durval Ângelo documento que solicitava reunião para tratar de fiscalização de gastos públicos referente aos serviços de alimentação no HJK, fruto do Pregão Eletrônico nº 75/2025 (Processo de Compra nº 0510037 000075/2025).
“O tema reveste-se de alta relevância por envolver recursos públicos expressivos e indícios de possíveis irregularidades no processo de habilitação e contratação, conforme documentos públicos e decisões judiciais já proferidas, inclusive com parecer emitido por este Ministério Público. Conforme consta dos autos, há diferença superior a R$ 30 milhões entre a proposta vencedora e a contratada, com prejuízo financeiro diário estimado em mais de R$ 19 mil decorrente da não assinatura contratual com a vencedora do certame”, diz trecho do ofício do Sind-Saúde que relata a tentativa inicial de discussão com a gestão da unidade.

