Reinauguração do Museu Nacional da Enfermagem
Espaço que narra a história da enfermagem é o único na América Latina. Diretora do Sind-Saúde/MG Neuza Freitas foi uma das homenageadas como destaque na defesa da categoria
Depois de pouco mais de um ano fechado, o Museu Nacional da Enfermagem foi reinaugurado na noite desta segunda-feira (11/09) no Pelorinho em Salvador, na Bahia. A cidade é terra natal da patrona da enfermagem brasileira Anna Nery. O Museu, administrado pelo Conselho Nacional de Enfermagem (Cofen) abriga a história, objetos e conceitos que fazem da enfermagem um bem público da humanidade. Para marcar a data, o Cofen homenageou 12 personalidades que se destacam na atualidade em defesa da enfermagem. Dentre elas, a diretoria do Sind-Saúde/MG Neuza Freitas foi escolhida pelo Conselho Regional de Enfermagem (Coren-MG) para receber a homenagem por Minas Gerais.
O Museu Nacional de Enfermagem Anna Nery (MuNeAN) tem uma referencia clara a todos os profissionais da enfermagem. A escolha do objetivo do acervo foi explicada pela diretora do Museu, Julia Lemos. Segundo ela, destacar a enfermagem faz do museu um diferencial. Além do espaço reinaugurado na Bahia, existe apenas mais um museu no mundo que guarda um pouco da história da enfermagem. Porém o Museu Florence Nightingale na Inglaterra é destinado à mémoria de enfermeira britânica no tratamento dos feridos da guerra.
O presidente do Coren/MG, Marcos Rubio, que também contribuiu para a reinauguração do Museu Nacional da Enfermagem aponta a importância da proposta pioneira de reconhecer e valorizar o trabalho da categoria como um todo.
O presidente do Cofen, Manoel Meri, também relembrou a história do Museu e as ações para manter este importante espaço de valorização da enfermagem. “A enfermagem é a responsável por mais de 60% da mão de obra na área da saúde no país. Uma profissão que carece de valorização e reconhecimento social e essa é uma forma de não só de valorizar e preservar a história, esse museu acima de tudo é uma grande homenagem aos profissionais de saúde do nosso país.”
Também participaram da cerimônia de abertura a presidenta do Coren-BA, Maria Luiza Castro, a gestora do projeto de implantação do antigo Museu Anna Nery, a enfermeira e ganhadora do prêmio Anna Nery, Ednelza Feitosa, a conselheira federal Fátima Sampaio, conselheiros regionais de diferentes estados e trabalhadores da saúde. Minas Gerais teve uma participação importante com a presença de diversos trabalhadores do Estado.
Homenagens
O Museu conta com galerias que contam a história de pessoas que contribuíram para o crescimento e valorização da enfermagem. Uma sessão especial mostra a importância da história afrodescendente na enfermagem brasileira. Entre as pessoas destacadas está a Isabel dos Santos, primeira mulher e negra a receber a deferência ao lado de sanitaristas como Oswaldo Cruz, Carlos Chagas e Sérgio Arouca.
Além das referências as personalidades que já passaram em nossa história, o Museu escolheu abrir uma galeria para homenagear quem está na luta em defesa da enfermagem. Julia Lemos defende que é preciso conferir reconhecimento durante a trajetória de vida, não apenas de quem já foi protagonista da história. “A gente não quer só venerar e nem tão pouco reverenciar os que já se foram. Precisamos também reconhecer neste momento as pessoas que estão presentes nos seus estados construindo a sua história ”.
É neste cenário que trabalhadores da saúde de Minas Gerais foram à inauguração do Museu para prestigiar o reconhecimento da luta da técnica de enfermagem e diretora do Sind-Saúde/MG Neuza Freitas. O presidente do Coren-MG, Marcos Rubio e a vice-presidente Marcia Caula apontaram os motivos para a escolha de Neuza Freitas. A diretora do Sindicato foi destaque pela sua participação ativa nos movimentos políticos, sociais e sindicais sempre em defesa da saúde pública e na valorização da classe trabalhadora.
Em seu agradecimento pela homenagem, Neuza Freitas reafirmou a importância do trabalho coletivo junto com os trabalhadores da saúde, com o Sindicato Único da Saúde de Minas Gerais (Sind-Saúde/MG), a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Seguridade Social (CNTSS), a Central Única dos Trabalhadores em Minas Gerais (CUT-MG), Fórum Mineiro de Enfermagem, Frente Mineira em Defesa do SUS, Fórum Nacional da Enfermagem e ainda elogiou o trabalho proposto pela atual gestão do Coren-MG que priorizou a parceria com os movimentos sociais para impulsionar a valorização da enfermagem.
“É com muito orgulho que cumprimento os trabalhadores da saúde de Minas Gerais e saúdo esses companheiros que vieram de Minas Gerais com toda bravura me homenagear em nome da categoria da enfermagem e trabalhadores da saúde. Essa é uma homenagem de todas nós” agradeceu Neuza Freitas.
Em sua fala, Neuza ainda fez uma avaliação da situação dos trabalhadores e trabalhadoras da enfermagem e fez um chamamento para que o caminho da valorização seja através da luta e participação popular. “A enfermagem não pode ficar só nas unidades hospitalares sendo vista apenas como uma profissão de amor. Nós temos que ter visibilidade, nós temos que ocupar os espaços. Uma categoria com mais de 80% de mulheres que ainda não ocupam seu espaço na política e nos conselhos,” afirmou Neuza Freitas que foi a única homenageada com histórico sindical.
História do Museu
O Museu também é uma homenagem a patrona da categoria. Anna Nery foi a pioneira na enfermagem brasileira. Bahiana, Ana Nerry foi voluntária na guerra do Paraguai para servir a enfermagem em 1865.
O acervo conta com objetos antigos, roupas de época da profissão, histórias vividas por profissionais que lutaram em defesa da enfermagem e salas multimídias interativas que levam até o visitante a intensidade do cuidado na assistência.
Para continuar em funcionamento o Museu passa a ser administrado pelo Cofen e financiado pelo sistema dos Conselhos, dentre eles o Conselho Regional de Enfermagem de Minas Gerais (Coren-MG).
Veja os depoimentos e o registro da reinuguração do Museu pelo vídeo produzido pelo Sind-Saúde/MG e abaixo confira mais fotos do evento: