Reação ao fechamento do HMAL aumenta e população protesta contra Zema

A portaria do Hospital Maria Amelia Lins (HMAL), da Fhemig, foi o ponto de encontro para manifestação na manhã desta terça-feira (25/03) contra o fechamento da unidade e a tentativa de terceirização anunciada pelo governo Zema. O protesto contou com significativo apoio da sociedade civil, com representação de diversos setores sociais. O ato foi convocado pelo Conselho Estadual de Saúde (CES/MG) e um grupo extenso de entidades que defendem a saúde pública em Minas Gerais, incluindo o Sind-Saúde/MG. Usuários e trabalhadores do HMAL também marcaram presença na manifestação marcada pelo sentimento de resistência para reverter o interesse do governo de transferir a gestão para a iniciativa privada.

Os protestos mostram que a defesa do HMAL é também uma espécie de “parede” para as outras terceirizações que estão na estratégia de Zema. Estão no alvo da privatização o pronto-socorro do Hospital João Paulo II (HJPII), Maternidade Odete Valadares (MOV), Hospital Eduardo de Menezes (HEM) e a criação do Complexo Gameleira que, segundo a proposta do governo, cede o serviço de saúde por um prazo de 30 anos.

Os manifestantes afirmaram que o patrimônio do SUS não pertence a um governo, mas sim ao povo e criticaram a ideia de repassar recursos públicos para que uma gestão privada administre, inclusive com prédio e equipamentos públicos. Muitos usaram a palavra para denunciar como crime a ação do governador.

Além de duras palavras ao governo Zema, a manifestação se manteve criativa com inúmeras músicas criadas com chamadas de resistência ao fechamento. Os presentes também argumentaram a importância estratégica do HMAL que tem um corpo clinico especializado em trauma ortopédico, uma demanda social que vem crescendo devido ao aumento de acidentes de moto. A falta de atendimento dentro do prazo não só impacta a fila ortopédica atual, mas como gera um problema futuro de lesões não tratadas corretamente.

Dentre as entidades presentes estavam representantes do Sind-Saúde/MG, Sindicato dos Farmacêuticos, Sindicato dos Médicos (Sinmed), Conselho Regional de Enfermagem (Coren/MG), Conselho Municipal de Saúde de Belo Horizonte e diversos conselhos regionais da capital, Conselho Municipal de Saúde de Ribeirão das Neves, Conselho Estadual de Saúde de Minas Gerais, Central Única dos Trabalhadores da Saúde (CUT), Movimento dos Sem Terra (MST), SindUte, Sindieletro, Sindicato dos Correios, Sindicato dos Bancários, parlamentares como Lucas Lasmar e Bruno Pedralva, e o superintendente do Ministério do Trabalho Carlos Calazans. A representação ampla dos movimentos sociais mostra que a mobilização tem crescido e o assunto tem preocupado a sociedade mineira.

O Sind-Saúde aguarda ainda o posicionamento do Tribunal de Contas do Estado (TCE) que deverá julgar em breve o pedido da entidade para a anulação do processo de terceirização do HMAL.

Também manifestaram apoio os mandatos do bloco de oposição na ALMG que estão acompanhando toda a mobilização e fazendo ações de enfrentamento no legislativo. No dia primeiro de abril terá também uma audiência pública na Comissão de Administração Pública da ALMG, convoca da pela deputada Beatriz Cerqueira, às 16 horas para debater o assunto. Na semana passada outra audiência foi realizada por convocação da deputada Bela Gonçalves.