Pacotão da maldade
A gestão de Brumadinho pressiona vereadores a votarem leis que prejudicam trabalhadores
Os três sindicatos que representam os 2600 trabalhadores da prefeitura de Brumadinho – Sind-Saúde Núcleo Betim, SindBrum e Sind-UTE sub-sede Brumadinho – se reuniram com representante da gestão municipal e vereadores para pontuar e discutir os projetos de lei números 29, 30 e 31, de autoria do governo. Esses projetos afetam diretamente a vida dos trabalhadores de uma vez só e está em tramitação com urgência. As propostas alteram o Plano de Carreira Cargos e Vencimentos (PCCV) e dispõe sobre concessão de reajuste salarial no valor de 3% fixado pela prefeitura.
A pressão sobre os vereadores para que eles votem rapidamente os projetos de grande impacto tem uma explicação simples. O executivo quer por um ponto final na votação de projetos desse projeto sem que servidores e população tenham tempo de se organizar.
Quanto ao reajuste de 3%, as categorias de trabalhadores insistem em dizer que o percentual está muito abaixo do que foi perdido com a inflação, que não foi reposto nos salários durante os últimos três anos, direito dos trabalhadores. O reajuste proposto pela gestão não dá aos servidores a recomposição anual do poder de compra dos salários.
Se aprovado, a proposta cria, por exemplo, um caminho aberto para a terceirização. Além disso, a prefeitura quer colocar os servidores de “sobreaviso” em casa, depois do horário de trabalho. Os incluídos nesta generosa lista de “sobreaviso” vão receber 50% do valor da hora trabalhada ficando quietinhos em casa.
O novo Plano de Carreiras elaborado pela gestão põe fim a muitas carreiras como servente escolar e insere nas escolas municipais um cargo que permite a qualquer pessoa, com ensino médio e sem habilitação na área da educação, lidar com crianças menores de quatro anos. É outro retrocesso que a gestão quer colocar em prática sem discussão.
A questão é que a gestão passa e a cidade vai ficar com enormes pepinos na mão, como um funcionalismo enfraquecido que vai ganhar salários precarizados para atender a população.
Portanto, não se deixem enganar, três sindicatos unidos e que representam 2600 trabalhadores de Brumadinho estão convictos da honestidade das propostas que defendem.
Queremos deixar bem claro que os representantes dos três sindicatos e os vereadores presentes fizeram a solicitação para que a gestão separe o reajuste salarial dos três projetos. Mas a gestão não aceitou.
E vamos continuar firmes na luta em defesa do trabalhador!